Governador de Nova York desafia Trump e cria versão estadunidense da briga entre Doria e Bolsonaro

Andrew Cuomo disse que se a Casa Branca decidir derrubar medidas de isolamento ele irá desobedecer a decisão, e emendou: “nós temos um presidente, não um rei”

Donald Trump e Andrew Cuomo (foto: reprodução)
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O governador de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou nesta terça-feira (14) à imprensa local, que considera cedo demais para suspender as medidas de isolamento da população, já que ainda não há indícios de que seu Estado já atingiu o pico dos casos de transmissão ou que se encontra em uma curva descendente da pandemia do coronavírus.

A declaração de Cuomo (do Partido Democrata) surge pouco depois de o presidente Donald Trump afirmar, na noite da segunda-feira, que cabe a ele, e não aos governadores, decidir quando colocar fim às restrições, e fazendo alusões de que poderia realizar esse decreto em breve. “Minha autoridade é total”, afirmou o mandatário.

Diante disso o governador novaiorquino assegurou que se Trump decide derrubar as medidas de isolamento, “eu teria que analisar a situação, porque se isso coloca em perigo a saúde das pessoas, e certamente não obedecerei”.

Em seguida, Cuomo analisou a postura do presidente: “não sei do que ele (Trump) está falando, sinceramente. Ele deve recordar que são os estados que conformam o governo federal, certo? Foram as colônias que criaram o governo federal, e não o contrário”.

Esta recente disputa entre Cuomo e Trump pode ser considerada uma versão estadunidense da briga entre o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que vem passando as últimas semanas lutando contra as medidas de isolamento tomadas pelos estados, e o governador de São Paulo, João Doria, que tenta manter essas medidas em seu estado, que é um dos mais afetados pela pandemia do coronavírus no Brasil.