Governo Macri: Pobreza dispara na Argentina em 2019

Números ultrapassam os 35% e devem se aproximar de 40% até o fim da gestão do presidente aliado de Jair Bolsonaro

Bolsonaro e Maurício Macri (Arquivo/PR)
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O ano de 2019 foi, sem dúvidas, pior do que o presidente argentino Maurício Macri esperava. A já iminente derrota no primeiro turno para a dupla kirchnerista Alberto Fernández e Cristina Kirchner vem acompanhada de desastrosos resultados econômicos e sociais. Números divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) apontam que a pobreza cresceu 8% em comparação com o mesmo período no ano anterior, atingindo a incrível marca de 35,4% da população no primeiro semestre. Apesar dos dados alarmantes, com 52,6% das crianças até 14 anos estão em situação de pobreza, a perspectiva é de que eles ainda vão piorar até o final do ano. Segundo especialista entrevistado pelo La Nación, no terceiro trimestre a pobreza deve atingir 38%. "Ainda não vimos o impacto que teve, por exemplo, a regulação dos preços de alguns alimentos, porque não impactaram nestas medições. Isso é previo às PASO. É um semestre que foi complicado mas não foi grave. A porta está aberta para um semestre ainda mais greve", disse Agustín Salvia, coordenador do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA). A porcentagem da indigência (extrema pobreza) também subiu: foi de 4,9% no primeiro semestre de 2018 para 7,7% no primeiro semestre de 2019. Especialistas entrevistados pelo jornal argentino Página 12 apontam que as principais causas são o aumento do desemprego e a queda no salário real dos trabalhadores (17% desde 2015). Em entrevista à rádio Futurock, Alberto Fernández, que provavelmente vai assumir o posto de Macri, declarou que a única coisa que o liberal fez foi "produzir 5 milhões de novos pobres". Segundo Fernández, os índices do INDEC mostram "a pior consequência das políticas de Maurício Macri" e crê que o Cambiemos "finalizará a gestão com 40% de pobres". Os números mais altos divulgados no período de Cristina Kirchner no comando do país apontavam 29% de pobreza, o que era bastante questionado pelo governo, que dizia que havia um "incremento" nos números. https://twitter.com/INDECArgentina/status/1178748696751742976 https://twitter.com/INDECArgentina/status/1178746372784349196