Grupo de Puebla pede para OEA validar vitória eleitoral de Evo Morales em outubro passado

Apelo se baseia em um novo informe, o terceiro que desmente a auditoria sobre que a eleição teria sido fraudada, e que foi usada como justificativa do golpe de Estado civil-militar de novembro de 2019, que levou a ditadora Jeanine Áñez ao poder

Reunião do Grupo de Puebla (foto: reprodução)
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O Grupo Puebla, aliança entre partidos e organizações progressistas da América Latina e do Caribe, divulgou uma declaração nesta quarta-feira (10), na qual solicita à OEA (Organização dos Estados Americanos), que mude sua postura e trabalhe para “restaurar a legitimidade democrática na Bolívia”, quebrada após o golpe de Estado contra Evo Morales em novembro de 2019 .

A declaração, divulgada no site do Grupo, expressa sua “preocupação com as novas evidências que esclarecem a declaração apressada e intencional da OEA”. A frase é uma clara alusão à auditoria feita pelo organismo sobre as eleições de outubro, vencidas por Evo Morales no primeiro turno. Nesse estudo, a OEA indicou que houve fraude a favor de Evo durante o processo, o que serviu como justificativa para os golpistas durante os atos que levaram a derrubada do governo democrático.

Através do seu Twitter, Evo Morales agradeceu o apelo do Grupo de Puebla “por defender os princípios da democracia, integração e legitimidade das pessoas que se expressaram nas urnas”, e disse que “o mundo inteiro percebeu que houve um golpe de Estado na Bolívia”.

O Grupo de Puebla é formado por vários ex-presidentes latino-americanos, entre eles dois brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e também com Pepe Mujica (Uruguai), Cristina Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e Ernesto Samper (Colômbia), além do próprio Evo Morales. Também conta com um presidente em exercício, o argentino Alberto Fernández.

A declaração termina com um chamado “ao governo de facto da Bolívia, liderado por Jeanine Áñez, para entregar imediatamente o poder do Estado, devido ao atraso sistemático e inexplicável das eleições no país”.