Guaidó retorna à Venezuela e convoca manifestação para sábado

Para a vice-presidente Delcy Rodríguez, Guaidó expôs negativamente a Venezuela. "Como venezuelana, tenho vergonha alheia por ver uma pessoa não se limitar ao ridículo nacional e seguir para o ridículo internacional", disse.

Nicolás Maduro e Juan Guaidó (Montagem)
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De acordo com informações da AFP, o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, desembarcou no aeroporto internacional Simón Bolívar, que serve Caracas, às 12h22 (13h22 em Brasília) desta segunda-feira (4), após dez dias fora do país. Guaidó avisou em suas redes sociais que havia chegado, depois de passar pela alfândega, e acrescentou: "Entramos na Venezuela como cidadãos livres, que ninguém nos diga o contrário". A chegada de Guaidó em solo venezuelano foi pacífica. De acordo com a TV Venezuela, sediada em Miami, que transmitiu o desembarque ao vivo, ele não enfrentou impedimentos. “Seguimos na rua, seguimos mobilizados. Estamos aqui e estamos mais fortes. Vamos conseguir cessar a usurpação em breve na Venezuela”, disse Guaidó ao público eufórico que o esperava no aeroporto. O comportamento de Guaidó será analisado pelos órgãos do governo de Nicolás Maduro. O anúncio foi feito hoje (4) pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez. "Seu comportamento e suas atividades serão cuidadosamente analisadas pelas instituições do Estado. Medidas apropriadas serão tomadas", disse a vice-presidente referindo-se a Guaidó, lembrando que também serão analisadas suas ações nas visitas aos países vizinhos. Para Delcy Rodríguez, Guaidó expôs negativamente a Venezuela. "Como venezuelana, tenho vergonha alheia por ver uma pessoa não se limitar ao ridículo nacional e seguir para o ridículo internacional", disse. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, já declarou que Guaidó “pode sair e voltar, mas terá de dar explicações à Justiça, porque foi proibido de deixar o país”. O TSJ impôs a proibição após Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, declarar-se presidente interino da Venezuela, em 23/1, argumentando que a “presidência foi usurpada por Maduro”, reeleito em eleições consideradas fraudulentas, boicotada por grande parte da oposição e sem a presença de observadores internacionais. Maduro diz que Guaidó está tentando fomentar um golpe apoiado pelos EUA e que a tentativa de entrada de ajuda humanitária seria um cavalo de Troia para uma intervenção militar americana. Ele convocou uma nova marcha para o sábado (9). "No sábado continuamos nas ruas, toda a Venezuela volta às ruas”, disse.