Integrantes da comitiva francesa souberam pela imprensa da reunião bilateral entre Macron e Bolsonaro

A França tem imposto restrições a fechar entendimento sobre acordo comercial com o Mercosul, sob o argumento de que o governo brasileiro não tem se mostrado comprometido com o Acordo de Paris

Foto: Alan Santos / PR
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Após uma série de impasses causados pelo Itamaraty e pela assessoria de Jair Bolsonaro (PSL), que chegou a anunciar o cancelamento da reunião com o líder francês, Emmanuel Macron, integrantes da comitiva do governo da França relataram à BBC News que nunca houve previsão de um encontro formal entre os líderes dos dois países. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo "Nós soubemos pela imprensa que havia reunião bilateral. Nunca houve essa previsão. O que há é uma conversa informal, após o almoço, num ambiente comum", disseram, sobre o encontro informal em que Bolsonaro convidou Macron para conhecer a Amazônia. A BBC News Brasil perguntou às assessorias de imprensa do Planalto e do Itamaraty se confirmavam a informação da França, mas recebeu como resposta que a questão será esclarecida durante briefing com o porta-voz da Presidência. Cancelamento Cerca de quatro horas antes do anunciado encontro bilateral, marcado para esta sexta-feira(28), no horário do Japão, o porta-voz do presidente, Otavio Rêgo Barros, anunciou o cancelamento da reunião que, segundo ele, havia sido solicitada por Macron. "As razões não nos foram avançadas”, disse à Folha. O encontro entre Bolsonaro e Macron é importante porque Mercosul e União Europeia estão negociando um acordo comercial de amplo interesse do Brasil. A França tem imposto restrições a fechar o entendimento, sob o argumento de que o governo brasileiro não tem se mostrado comprometido com o Acordo de Paris – entendimento pelo qual as nações se comprometem a assumir metas de redução de gases poluentes. Em conversa com jornalistas ao chegar a Osaka, Macron disse que a França se recusará a assinar o acordo comercial se o Brasil deixar o Acordo de Paris.