Irã diz que jamais fará armas nucleares e acusa hipocrisia dos EUA: "Quantos eles já mataram?

As tensões entre os dois países voltaram a ser mais complexas após os norte-americanos se retirarem do acordo nuclear iniciado em 2016 e, na semana passada, após o Irã atacar um drone estadunidense.

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif.
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Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (26), o ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, assegurou que seu país não pretende desenvolver armas nucleares ou de destruição massiva, já que “os princípios religiosos que defendemos não permitem tais intenções”, segundo palavras do diplomata. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo Ao ser perguntado sobre os comentários do presidente estadunidense Donald Trump, sobre a suposta aprovação do Congresso para um ataque aéreo ao país do golfo pérsico, Zafir também aproveitou para acusar os Estados Unidos de agirem hipocritamente com relação aos seus valores humanitários. Na pergunta, o jornalista teria relatado que a Casa Branca teria desistido do ataque para “evitar a morte de 150 pessoas”. “Vocês acham que eles realmente estavam preocupados por 150 pessoas? Quantos eles já mataram com cada uma de suas armas nucleares? Quantas gerações já foram aniquiladas com as suas armas”, questionou Zarif, que reiterou que os preceitos religiosos do seu país são uma garantia de que o Irã nunca tentará construir armas nucleares. Vale recordar que as tensões entre o Irã e os Estados Unidos voltaram a ser mais complexas após os norte-americanos se retirarem do acordo nuclear iniciado em 2016, e se tornaram ainda mais na semana passada, após o país do Oriente Médio atacar um drone estadunidense que, segundo eles, invadiu o seu espaço aéreo – por sua parte, Washington garante que a aeronave jamais saiu do espaço aéreo internacional, em nenhum momento de sua trajetória. Nesta semana, Trump também colocou mais lenha na fogueira, ao ameaçar Teerã com “uma destruição nunca antes vista”, e afirmando que também pretende introduzir novas sanções econômicas ao país. As autoridades iranianas interpretaram estas medidas como “o fechamento permanente do caminho da diplomacia”.