Já ministro, Paulo Guedes pode ter lucrado R$ 14 milhões com offshore

Caso o ministro tenha feito investimentos internacionais por meio de sua empresa em paraíso fiscal, enquanto já estava no cargo, cometeu crime

Paulo Guedes - Foto: Reprodução/Carta Capital
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As denúncias contra Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro, apontam que ele pode ter lucrado R$ 14 milhões com a valorização do dólar, somente durante o seu mandato à frente da pasta.

A Lei de Conflito de Interesses proíbe esse tipo de comportamento. Se o ministro fez investimentos internacionais por meio de sua empresa enquanto já estava no cargo, cometeu crime.

A estimativa é porque a offshore Dreadnought International, que Guedes mantém nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe, revelada neste domingo (3), pelo Pandora Papares, tinha US$ 9,55 milhões em 24 de setembro de 2014.

Esse valor correspondia a R$ 37 milhões quando Guedes foi nomeado ministro por Bolsonaro. A cotação, na época, era de R$ 3,85 para cada unidade da moeda estadunidense.

Atualmente, a cotação é de R$ 5,37 por unidade do dólar. Dessa forma, o valor detido pela Dreagnought vale R$ 51,3 milhões.

Guedes comanda um ministério que reúne as antigas pastas da Fazenda, do Planejamento e do Comércio Exterior, entre outras. Com isso, suas ações têm impacto direto na cotação do dólar em reais.

Apuração

O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, anunciou que vai apresentar uma ação de improbidade contra Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no Ministério Público Federal (MPF).

Guedes é dono e Campos foi proprietário de offshores em paraísos fiscais. A revelação foi feita pelo Pandora Papers, neste domingo (3), pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que tem no Brasil a participação da Agência PúblicaRevista piauí, Poder360 e Metrópoles.

Com informações do Metrópoles