Lanchonete do McDonald´s na China proíbe entrada de clientes africanos alegando “medo de covid-19”

Empresa pediu desculpas pelo ato de racismo, que também provocou um conflito diplomático entre a China e países africanos

Cartaz em lanchonete do McDonald´s na China proibindo entrada de clientes africanos (foto: Twitter)
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Uma lanchonete do McDonald's na cidade de Guangzhou, na China foi cenário de um ato de racismo neste domingo (12), quando o gerente do estabelecimento colocou um cartaz na entrada informando a proibição de clientes negros, devido a que “poderiam contagiar os demais clientes com coronavírus”.

O cartaz foi denunciado por um cliente chinês, e rapidamente se tornou viral, provocando diversos tipos de reação. A própria rede McDonald´s foi uma das primeiras a agir, com um comunicado no qual repudiou a medida tomada por sua sucursal, e pedindo desculpas aos seus clientes. “Não representa os valores da nossa empresa”, afirmou o documento, que também assegurou que aquele local será temporariamente fechado.

Além disso, o caso também gerou conflitos diplomáticos. Na terça-feira (14), o ministro de Relações Exteriores da Nigéria, Geoffrey Onyeama, declarou que a situação configurou um “ato inaceitável de racismo, e reflete o preconceito que nossos compatriotas e outros cidadãos africanos enfrentam em Guangzhou”.

A União Africana também publicou um comunicado expressando sua “profunda preocupação com a situação que os imigrantes do nosso continente estão passando nesta cidade”.

O Ministério das Relações Exteriores da China não ficou em silêncio, e declarou, também nesta terça, que “a China é um país que dá grande importância à vida e à saúde dos cidadãos estrangeiros”, e que “esses atos de racismo são claramente repudiáveis, mas não representam nem o governo do nosso país nem o espírito do povo chinês”.

A China, país onde se originou a pandemia do coronavírus, possui mais casos de infectados do que todos os países africanos somados.