Líder da oposição argentina sugere que país poderia "dar as Ilhas Malvinas" à Pfizer em troca de vacinas; assista

Declaração de Patricia Bullrich, que acontece em meio às novas tentativas de negociação de vacinas por parte do governo Fernández com a farmacêutica estadunidense, gerou revolta, visto que toca na ferida aberta da Guerra das Malvinas

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Patricia Bullrich, presidenta do Proposta Republicana (PRO), partido de oposição ao governo de Alberto Fernández na Argentina, fez uma declaração polêmica nesta terça-feira (27) que toca em uma questão delicada para os argentinos: as Ilhas Malvinas.

Ao falar sobre as novas tentativas de negociação, por parte do governo argentino, para a obtenção de doses de vacina contra a Covid-19 da Pfizer, Patricia, que foi ministra da Segurança no governo de Mauricio Macri, sugeriu que o país poderia ter "dado as Malvinas" à farmacêutica estadunidense em troca do imunizante.

“A Pfizer não pediu mudança na lei … Ela só pediu garantias como todos os países do mundo, o que é razoável. Ela não pediu os fios continentais... Poderíamos ter dado as Ilhas Malvinas”, disparou a líder oposicionista durante um programa de televisão.

Assista.

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A declaração gerou revolta imediata, visto que as Ilhas Malvinas, apesar de estarem em território argentino, foram tomadas pelos britânicos. A ferida segue aberta quase 40 anos após a Guerra, que vitimou mais de 600 soldados da Argentina.

Por conta da repercussão negativa, Patricia foi às redes sociais para dizer que defende a soberania argentina com relação às Ilhas. "Diante das mentiras pelas quais as vacinas não foram compradas, exemplifiquei que o poderia dizer qualquer coisa: até que pudéssemos entregar as Malvinas ou as geleiras. Se me expressei errado, confirmo minha posição a favor de nossa total soberania sobre as Ilhas Malvinas", escreveu.

Mais cedo, Cecilia Nicolini, assessora de Alberto Fernández, anunciou à imprensa que o governo retomou as negociações com a Pfizer. A primeira tentativa de contrato com a farmacêutica foi feita em 2020, mas o presidente alegou que a Pfizer tinha feito “exigências demais” e, por isso, a negociação não avançou.

"As negociações com a Pfizer foram retomadas para entender também qual é a situação atual ou como podemos fazer algumas mudanças para avançar em um contrato", disse a assessora da presidência.

*Com informações do Minuto Uno