Manifestantes “decapitam” estátua de Cristóvão Colombo nos Estados Unidos

Em Boston, ativistas acusaram o navegador genovês de defensor do tráfico de escravos e responsável pelo genocídio dos povos indígenas. Pelo mesmo motivo, em Richmond, outra estátua sua foi arrancada do pedestal e jogada em um lago

Estátua de Colombo sem cabeça, em Boston (foto: CBS Boston)
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O navegador genovês Cristóvão Colombo, descrito em muitos livros de história como o “descobridor das Américas”, foi alvo de ira dos manifestantes antirracistas dos Estados Unidos, na noite de terça-feira (9).

Em duas cidades, estátuas em sua homenagem foram atacadas por ativistas que o consideram um dos responsáveis pelo genocídio dos povos indígenas norte-americanos, e também um defensor do tráfico de escravos, atividade comercial comum em sua época, e durante muitos anos antes do seu nascimento e após a sua morte.

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Em Boston, estado de Massachusetts, os manifestantes decapitaram a estátua de Colombo que fica no Parque Byrd, e que amanheceu sem sua cabeça, sendo a principal curiosidade da paisagem local nesta quarta. A cabeça de Colombo foi deixada ao lado da estátua, que também teve as coisas pintadas com a inscrição “black lives matter” (“vidas negras importam”). A polícia está investigando autoria do ato.

Já na cidade de Richmond, estado da Virginia, os ativistas arrancaram a estátua inteira do pedestal, e deram a ela outro destino: foi atirada em um lago próximo.

Nos últimos dias, tem sido comum ataques a estátuas relacionadas a figuras racistas. Na Inglaterra, a estátua do traficante de escravos Edward Colston também foi derrubada e atirada no rio, na cidade de Bristol. Já em Antuérpia, na Bélgica, os manifestantes destruíram a estátua de seu antigo rei Leopoldo II, responsável por um dos maiores genocídios da história da humanidade, contra a população do Congo, entre 1885 e 1908.

Vale lembrar também que, nos últimos anos, dezenas de cidades norte-americanas substituíram a comemoração do Dia de Colombo, celebrado no dia 12 de outubro e considerado feriado nacional desde o ano de 1937, por uma celebração em homenagem aos povos indígenas.