Mel Gibson autoriza uso do nome, mas empresária faz registro antes e prejudica desempregada chilena

Miel Gibson (foto: Twitter)
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Depois de passar semanas atormentada por uma possível condenação internacional pelo uso ilegal da imagem do ator Mel Gibson, a vendedora desempregada Yohanna Agurto passou a ter uma nova dor de cabeça, agora no Chile, país onde mora.

Agurto perdeu seu emprego durante a pandemia do novo coronavírus. Para completar a renda da família, ela começou a produzir mel artesanal. Batizou seu produto com um trocadilho usando o nome do astro estadunidense: “Miel Gibson” – “só para corações valentes”, diz o slogan no rótulo, que também traz uma foto de uma cena do filme com o qual o ator ganhou os dois oscars da sua carreira, em 1996.

Quando soube do produto, o ator acionou sua equipe jurídica e ameaçou pedir uma multa à desempregada por “uso ilegal da sua imagem”. Mas a história repercutiu no Chile e no mundo, as pessoas ficaram do lado da chilena, e criticaram o ator, considerando sua atitude mesquinha. A pressão nas redes sociais fez com que Gibson mudasse de posição e ele acabou permitindo o uso do seu nome no produto.

Parecia que tudo ficaria bem para Yohanna, que finalmente poderia vender seu “Miel Gibson” sem problemas com a justiça, e ainda por cima com toda a propaganda que o caso gerou, mas apareceu um outro problema.

Enquanto a desempregada aguardava a resposta do ator, uma empresária chilena se adiantou e registrou o nome “Miel Gibson Chile” no Instituto Nacional de Propriedade Industrial do Chile, como sendo de sua propriedade.

A espertalhona se chama Paula Hait Stifel. Se trata de uma empresária e admiradora confessa do ditador Augusto Pinochet. Também é contrária aos movimentos sociais que pedem nova constituição no país.

Mas, ao parecer, a jogada dela não deu muito certo. Desde que a notícia se tornou pública, no fim de semana, seus perfis em redes sociais e as páginas que criou para promover seu produto passaram a ser inundados de críticas, ofensas (sem economizar nos palavrões) e campanhas de boicote. Alguns desses perfis e páginas chegaram a ser tirados momentaneamente do ar, devido à chuva de comentários.

Além da reação popular, Hait também terá problemas porque o Instituto Nacional de Propriedade Industrial do Chile declarou que irá revisar o registro de “Miel Gibson Chile”, o que poderia levar a que a manobra da empresária seja invalidada, dando uma nova esperança à verdadeira criadora do produto, a vendedora Yohanna Agurto.