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O presidente Jair Bolsonaro subiu ao púlpito da Assembleia Geral da ONU com um estigma de ser um "mini-Trump". A retórica fortemente ideologizada e as informações incorretas reafirmaram a tese para a imprensa internacional, que minimizou o discurso do brasileiro, tão aguardado por conta da críticas que tem recebido no exterior devido a sua política ambiental considerada complacente com as queimadas e o desmatamento na Amazônia.
O francês Le Monde traduziu o discurso de Bolsonaro como "iliberal" e caracterizou a fala como uma "mistura de arrogância com digressões confusas". O jornal ainda destacou a réplica do brasileiro sobre a Amazônia, a crítica feita à imprensa e o ataque direto a lideranças indígenas, em especial, ao cacique Raoni. O periódico também comentou sobre as críticas que Bolsonaro fez ao presidente Emmanuel Macron, sem citá-lo.
A agência RFI, também francesa, deu destaque para a fala do presidente de extrema-direita sobre a Amazônia, no ponto em que disse que seria "uma falácia dizer que Amazônia é patrimônio da humanidade". A agência pontua que Bolsonaro usou seu tempo para atacar "o socialismo, Cuba, Venezuela, a imprensa, o ambientalismo radical", além de defender sua política ambiental, o ministro da Justiça Sérgio Moro e a criação de uma nova política indigenista.
"Bolsonaro elaborou um elo entre 'ameaça do socialismo, corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade, ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições", diz a RFI.
O jornal português Público demonstrou certa decepção com a fala do presidente. "Havia muitas expectativas sobre o que diria Jair Bolsonaro no seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, que abriu nesta terça-feira em Nova Iorque. Mas ele foi igual a si próprio", contou o periódico.