Ministério Público do Egito pede que médico bolsonarista siga detido até conclusão de investigação sobre assédio

Em audiência, a vítima do episódio pediu a continuidade das investigações

Victor Sorrentino - Foto: Divulgação
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O médico bolsonarista Victor Sorrentino, preso no Egito neste domingo (30) após assediar uma vendedora muçulmana, terá que ficar, ao menos, mais um dia detido no país a pedido do Ministério Público egípcio. Na última semana, Sorrentino publicou nas redes sociais um vídeo fazendo “piada” misógina e assediando uma mulher muçulmana.

"A Unidade de Monitoramento e Análise do Departamento de Al-Bayan do Ministério Público monitorou a circulação de um videoclipe nas redes sociais que incluía abuso verbal de uma brasileira com insinuações sexuais em língua estrangeira contra uma garota egípcia em uma loja enquanto ela estava mostrando-lhe papéis de papiro. A moça, que parecia sorrir, desconhecia as agressões verbais", diz trecho de nota publicada pelo MP no Facebook.

Em audiência realizada nesta segunda, a vítima decidiu continuar com o processo. O MP acusa Sorrentino de assédio sexual verbal, violação da vida privada e violação dos princípios e tradições familiares da sociedade egípcia.

"O Ministério Público ordenou a detenção do arguido até que as investigações sejam retomadas amanhã de manhã, quando será tomada uma decisão sobre ele", afirmam os procuradores.

Segundo o movimento Speak Up, a pena por assédio sexual no Egito vai de 6 meses a 3 anos de prisão, além de multa superior a 190 dólares.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou nesta segunda-feira que a Embaixada local está prestando assistência ao médico.

Um vídeo, que teria sido gravado em 2014, indica que a conduta de Sorrentino seria reincidente. Na gravação ele se aproveita de uma mulher australiana que não atende o português e faz ela dizer que vai ter relações sexuais com ele.

https://twitter.com/SedikFaragalla/status/1399486340962656258