Netanyahu usa coronavírus para justificar autogolpe e fechamento do Congresso em Israel

Primeiro-ministro fracassou na tentativa de formar maioria, nas duas votações realizadas este ano, em janeiro e no começo de março

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Após falhar em duas tentativas de formar governo em Israel, nos meses de janeiro e março, o primeiro-ministro desse país, Benjamin Netanyahu, decidiu, nesta quinta-feira (19), fechar o Congresso israelense.

A medida completa o autogolpe que vinha sendo engendrado nos últimos dias. As medidas que anunciou, com a justificativa de combater o coronavírus tinham mais a ver com concentrar poderes em torno do seu cargo do que em ações na área da saúde em si.

Após o anúncio do fechamento do Legislativo, centenas de pessoas foram às ruas protestar contra a decisão, especialmente em Tel-Aviv, apesar de haver quarentena decretada em algumas regiões do país.

O historiador Yuval Noah Harari, um dos intelectuais mais conhecidos do país, escreveu em seu Twitter que Israel se tornou “a primeira ditadura do coronavírus. Netanyahu perdeu as eleições. Então, sob o pretexto de combater a coroa, ele fechou o parlamento israelense, ordenou que as pessoas permanecessem em suas casas e emitiu quaisquer decretos de emergência que desejasse. Isso é chamado de ditadura”.

Até o momento, Israel registra 529 casos confirmados de coronavírus, mas não anunciou oficialmente nenhuma morte.