Nitrato de amônia esquecido há 6 anos é principal teoria investigada sobre a explosão no Líbano

Primeiro-ministro do país, Hassan Diab, se referiu a carregamento de cerca de 2,7 mil toneladas do produto, guardado há mais de meia década. Nas redes sociais, ganham força as teorias infundadas sobre suposto atentado terrorista ou acidente nuclear

Reprodução/Twitter/@Ferganyilmazz
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As investigações sobre as causas da explosão ocorrida em Beirute, capital do Líbano, na tarde desta quinta-feira (4), são um dos principais temas do noticiário internacional no momento, e não faltam as especulações nas redes sociais.

Porém, rumores a parte, a hipótese mais consolidada entre os investigadores responsáveis por comprovar a causa do acidente é a de que um carregamento de nitrato de amônia seria o detonador da explosão que já causou 73 mortes e mais de 4 mil casos de pessoas feridas, segundo os números mais recentes.

O general Abbas Ibrahim, diretor-geral da Inteligência Libanesa, foi um dos primeiros em afirmar à imprensa local que a teoria de que explosão foi causada por nitrato de amônia é a que tem mais força no momento.

O militar também afirmou que material químico teria sido confiscado há 6 anos, de um navio que se dirigia à África, e se manteve durante todos esses anos em um armazém no Porto de Beirute, onde ocorreu a explosão.

“Foram 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio que explodiram e estavam a caminho da África, mas ainda precisamos comprovar o que poderia ter provocado a explosão desse material. Provavelmente, uma faísca produzida durante um processo de soldagem, na tentativa de reforçar a segurança e evitar que esse e outros materiais fossem roubados”, afirmou Ibrahim.

Por sua parte, o primeiro ministro do Líbano, Hassan Diab, afirmou que os indícios já coletados apontam a essa hipótese principal. Também assegurou que, além de comprovar a causa, os investigadores também devem determinar quem são os responsáveis pela tragédia, tenham eles feito isso de forma intencional ou inconsciente.

“Não descansarei até que a pessoa responsável pelo que aconteceu o responsabilize e imponha as penalidades mais severas porque é inaceitável que um carregamento de nitrato de amônio esteja presente há 6 anos em um armazém sem tomar medidas preventivas”, declarou Diab.

No entanto, nas redes sociais, as versões que dominam os debates apontam a outras causas, nenhuma delas amparadas por dados concretos apurados, e se referem a supostos atentados terroristas – embora não haja nenhuma imagem de que houve qualquer tipo de ataque ao local antes da explosão – ou um suposto acidente nuclear.

Esta última tese é baseada somente nos vídeos de pessoas que moram em Beirute e gravaram o momento da segunda detonação da explosão, que produziu uma nuvem em forma de cogumelo no céu, a qual muitos compararam com as imagens das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.