OMS pede a cientistas investigações mais detalhadas sobre casos de “covid prolongada”

Termo passou a se referir não só a casos que demoram para ser curados como também a pacientes aparentemente recuperados, mas que, mesmo após teste negativo, mantêm algumas sequelas, pelas quais alguns acabam falecendo depois

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Quem já viveu de perto o drama da covid-19 em alguma pessoa conhecida deve conhecer casos de pessoas que aparentemente teriam sido curadas da infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que apresentaram exame negativo mas continuaram com alguns sintomas, que inicialmente foram vistos como sequelas da doença, mas que às vezes acabam se tornando danos permanentes, ou até mesmo levam à morte de pessoa.

Inclusive, não faltam casos assim nos noticiários, de pessoas conhecidas, que normalmente são descritas como “morte em função das sequelas da covid”, ou alguma expressão parecida.

Pois a OMS (Organização Mundial de Saúde) passou a adotar, para essas situações, o termo “covid prolongada”, ou “covid de longa duração”, que antes era utilizado somente para pacientes que mantinham os sintomas por várias semanas, às vezes meses.

A entidade fez um apelo à comunidade científica nesta segunda-feira (1), pedindo a realização de mais estudos a respeito desses casos, para entender melhor os casos de pacientes que podem ser considerados “curados”, mesmo ficando com sequelas que podem ser mortais, por que essas situações acontecem, que pessoas poderiam estar mais sujeitas a casos assim e se é possível evitá-los.

“Não sabemos bem o que é a covid prolongada, porque alguns casos chegam a esse nível de persistência dos sintomas e dos efeitos, e outros não. Não há evidências claras sobre algum fator específico que gera essa permanência, por isso precisamos de um esforço unificado, em escala global, para entender melhor essa patologia”, explicou a virologista estadunidense Janet Díaz, chefe da equipe clínica da OMS responsável pelo estudo do coronavírus SARS-CoV-2.

Entre os poucos dados que possui a respeito dos casos mais persistentes de covid estão algumas estatísticas, como a de que cerca de 10% dos pacientes sintomáticos continuam apresentando sintomas um mês depois de serem infectados, incluindo alguns que tiveram teste negativo durante este período.

Díaz também alerta sobre que “ainda há muito a aprender sobre o vírus e sobre a doença em si, as novas cepas, a velocidade como gera novas mutações, se há condições que favorecem isso ou não (…) apesar de um ano inteiro sendo intensamente estudado, ainda é um vírus muito novo e há muito o que descobrir sobre ele”.