ONU se manifesta sobre golpe em El Salvador e massacres na Colômbia

Enquanto manobra do presidente de El Salvador é condenada por organismos internacionais, no Brasil, o deputado Eduardo Bolsonaro exalta

António Guterres, secretário-geral da ONU | Foto: UN Photo/Mark Garten
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A Organização das Nações Unidas (ONU) se manifestou nesta segunda-feira (3) diante da situação crítica de El Salvador e da Colômbia. Enquanto o país centro-americano enfrenta uma tentativa de autogolpe por parte do presidente Nayib Bukele, os colombianos foram às ruas contra medidas neoliberais e sofrem com a dura repressão do governo de extrema-direita Iván Duque.

El Salvador

António Guterres, secretário-geral da ONU, fez um apelo sobre El Salvador nesta segunda pedindo "o respeito pelas disposições constitucionais, do Estado de Direito e da repartição de poderes, com o objetivo de preservar o progresso democrático alcançado pelo povo salvadorenho desde a assinatura do acordo de paz".

Dessa maneira, a ONU se junta a outras entidades internacionais na condenação à tentativa de autogolpe promovida pelos apoiadores de Bukele. Por outro lado, no Brasil essa ruptura democrática foi exaltada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro. O PSOL chegou a pedir que ele seja investigado no inquérito dos atos antidemocráticos.

Na primeira sessão da nova legislatura da Assembleia Nacional salvadorenha, os aliados do presidente derrubaram de uma só vez, os cinco ministros que integram a Sala Constitucional da Corte Suprema de Justiça. As alegações usadas pelos deputados do partido Novas Ideias e outras legendas de direita são as de que o tribunal atuava como um “super poder” e limitava a atuação do presidente diante da pandemia de Covid-19. O processo de destituição durou menos de 1 hora.

Colômbia

A Alta Comissão de Direitos Humanos da ONU também comentou sobre a situação dos massacres promovidos na Colômbia, e pediu "investigação, julgamento e punição" aos responsáveis pelos assassinatos ocorridos no país. Desde quarta-feira, movimentos sociais realizam protestos diante da Greve Geral.

"Diante dos casos de violência, lembramos que de acordo com as normas internacionais, os Estados são obrigados a respeitar e proteger os Direitos Humanos. O marco normativo que rege o uso da força inclui princípios de legalidade, precaução, necessidade, proporcionalidade e responsabilidade", disse a representante da Alta Comissão na Colômbia, Juliette de Rivero.

A população foi às ruas contra a Reforma Tributária neoliberal de Duque e foi respondida com dura repressão. Apesar de recuar na medida por conta da pressão popular, o presidente mantém as ruas das principais cidades militarizadas. Segundo o portal Colômbia Informa, até o momento, já são contabilizadas 21 mortes, 851 casos de violência policial, 655 detenções arbitrárias e mais de 10 vítimas de violência sexual.

Com informações da ONU e do Colombia Informa

https://twitter.com/ONUHumanRights/status/1388938947708006401