Papa Francisco crítica o que governo Bolsonaro está fazendo na Amazônia

Segundo o pontífice, “a Amazônia sofre com mentalidade cega e destruidora, que favorece o lucro”. Ele também justifica sua postura política e defesa do conceito de “ecologia integral”, dizendo que “o homem não pode seguir sendo um espectador indiferente diante dessa destruição, nem a Igreja deve ficar em silêncio”.

Gabriel Andrés Trujillo Escobedo – Flickr
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Dois dias depois da mensagem relacionada com o atuar da Justiça, o Papa Francisco voltou a publicar uma opinião voltada aos problemas brasileiros, desta vez sobre as políticas para a Amazônia e como alguns grupos estão se aproveitando delas, tornando ainda pior “a grave e já insustentável situação da Amazônia e dos povos que moram lá”. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo A mensagem papal foi enviada neste sábado (6), especialmente para os participantes do 2º Fórum das Comunidades Laudato si, na cidade de Amatrice, em região próxima a Roma – o evento teria conexão com encontros semelhantes organizados por movimentos a favor da “ecologia integral” em outras cidades do mundo, como em Brasília, segundo informação do Vatican News. Na mensagem, Francisco não cita especificamente o governo de Jair Bolsonaro, mas fala das consequências das suas políticas para a região, e dos efeitos que o evidente favoritismo aos interesses do agronegócio podem causar: “a situação da Amazônia é um triste paradigma do que está acontecendo em muitas partes do planeta: uma mentalidade cega e destruidora que favorece o lucro em detrimento da justiça, coloca em evidência a conduta predatória com a qual o homem se relaciona com a natureza. Por favor, não esqueçam que justiça social e ecologia estão profundamente interligadas”. Antes de que seja acusado de politizador ou doutrinador, o sumo sacerdote já justifica sua postura diante do tema: “o homem não pode permanecer um espectador indiferente diante dessa destruição, nem a Igreja deve ficar em silêncio: o grito dos pobres deve ressoar da sua boca, como já indicava São Paulo VI na sua encíclica Populorum Progressio”. Francisco também afirmou que “diante do bem da criação e, sobretudo, do bem do homem que é o ápice da criação, mas também seu guardião (...) devemos ser capazes de apreciar a beleza que nos circunda. O louvor é fruto da contemplação. A contemplação e o louvor levam ao respeito. O respeito torna-se quase veneração diante dos bens da criação e do seu Criador”.