Reunido com representantes da igreja Católica de todo o mundo na 16ª assembleia geral do Sínodo dos bispos, que acontece neste final de semana no Vaticano, o Papa Francisco quer democratizar o debate sobre temas espinhosos como ordenação de mulheres homossexualidade e divórcio com os cerca de 1,3 bilhão de católicos nos próximos dois anos.
A ideia de Francisco é iniciar os debates nas comunidades locais em uma primeira fase. Depois organizar assembleias regionais e, por fim, colocar o resultado das discussões em debates no Sínodo de 2023, no Vaticano.
Em homilia neste domingo (10), o Papa focou no tema proposto aos bispos no sínodo e pediu que os católicos ajam "sem formalismos nem fingimentos, nem maquiagens".
"Como estamos quanto à escuta? Como está [a escuta] do nosso coração? Permitimos que as pessoas se expressem?", indagou Francisco, pedindo aos fiéis que ouçam mais antes de julgar, em oposição direta aos conservadores católicos.
“Não insonorizemos o coração, não nos blindemos nas nossas certezas. Escutemo-nos", emendou.
O papa ainda afirmou que o Sínodo deve provocar o discernimento para a mudança.
"Quando entramos em diálogo, no fim já não somos os mesmos de antes, mudamos, como indica o Evangelho de hoje. Jesus intui que o homem à sua frente é bom, mas quer conduzi-lo para além da simples observância dos preceitos - uma indicação preciosa também para nós".