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A congressista estadunidense Ilhan Omar ironizou as ofensas recebidas em um programa do canal Fox News exibido nesta quarta-feira (10), que a citou de forma pejorativa em um programa sobre imigração. Para ela, “é divertido assistir um tolo racista chorando com a minha presença no Congresso”.
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A polêmica surgiu quando um noticiário da Fox News apresentou uma reportagem sobre os efeitos da imigração nos Estados Unidos, com um claro discurso de repúdio aos imigrantes, em sintonia com a linha editorial de extrema direita do canal.
Durante o programa, o apresentador, Tucker Carlson, chegou a afirmar que Omar (que nasceu na Somália) é fruto de “uma distorção” em sua vida, porque “veio de um dos países mais pobres direto para o mais rico do mundo, com toda a generosidade que demos a ela”, e logo afirmou que, por isso, ela teria que ser mais agradecida ao país: “Mas ela não é grata, não mesmo. Depois de tudo o que a América fez por Omar e sua família, ela odeia esse país mais do que nunca”.
Antes do encerramento do programa, o apresentador completou dizendo que “nenhum país pode importar um grande número de pessoas que o odeiam e ainda assim querem sobreviver dentro dele (...) então, seja grato a Ilhan Omar, por mais irritante que ela seja. Ela é um alarme de incêndio vivo. Um aviso para o resto de nós de que é melhor mudarmos imediatamente nosso sistema de imigração, ou então...”, e deixou a frase no ar, mas com uma clara insinuação.
A resposta de Omar veio através de uma mensagem em seu Twitter: “Não vou mentir, é meio divertido assistir a um tolo racista assim chorando com a minha presença no Congresso. Nenhuma mentira vai diminuir meu amor por este país ou minha vontade de tornar a nossa união mais perfeita. Eles só tem que se acostumar a me chamar de congressista!”.
Nascida na Somália, Omar é membro da Câmara de Representantes dos Estados Unidos (similar à Câmara dos Deputados no Brasil) desde janeiro deste ano, eleita pelo estado de Minnesota, e desde então não só atua para defender o respeito à sua religião como tem travado uma luta para poder usar sua vestimenta típica no parlamento estadunidense. Apontada como uma das figuras ascendentes do bloco mais progressista do Partido Democrata (que é liderado pelo senador Bernie Sanders). Ela também forma parte do que a imprensa estadunidense chama de The Squad (“o esquadrão”), um grupo de jovens mulheres congressistas da mesma linha mais progressista dos Democratas, do qual também fazem parte Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), Rashida Tlaib (Michigan) e Ayanna Pressley (Illinois). Todas elas têm idade entre 30 e 45 anos e são imigrantes ou filhas de imigrantes que vivem nos Estados Unidos. Com informações do The Guardian.Not gonna lie, it’s kinda fun watching a racist fool like this weeping about my presence in Congress ??
No lies will stamp out my love for this country or my resolve to make our union more perfect. They will just have to get used to calling me Congresswoman! https://t.co/nRS13yWivK — Ilhan Omar (@IlhanMN) 10 de julho de 2019