Partido do presidente Erdogan sofre derrotas eleitorais na Turquia

Ana Prestes destaca que o revés ocorreu na capital Ancara e em Istambul, maior cidade do país e berço político de Erdogan; o AKP está contestando os resultados

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- O Itamaraty emitiu nota oficial nesta segunda-feira (1) informando que o Brasil “começará a abrir mão do tratamento especial e diferenciado (TED)” nas negociações da OMC, conforme comunicado conjunto de Bolsonaro e Trump, nos EUA, no último dia 19 de março. Na nota, o governo tenta amenizar o impacto da medida, citando benefícios que se manterão integralmente e dizendo que o TED é dinâmico e evolutivo. - Sem assinar seus nomes, um grupo de diplomatas brasileiros divulgou uma carta nesta segunda (1) para “manifestar repúdio a declarações do presidente da República e do Ministro das Relações Exteriores que relativizam a natureza ilegal, inconstitucional e criminosa do regime de exceção instaurado no Brasil com o golpe de estado de 1964”. Na carta, os diplomatas ainda dizem que tais declarações provocam “danos graves à imagem do país”, “tripudiam da memória das vítimas de um regime assassino”. A carta ainda faz referência a ofensas do governo brasileiro a paraguaios e chilenos que tiveram ditaduras em seus países, após Bolsonaro elogiar os ditadores Augusto Pinochet e Alfredo Stroessner. - Sobre a visita de Bolsonaro a Israel, o que se extrai é que o presidente brasileiro conseguiu criar problemas onde não havia. Conseguiu se indispor com uma série de países e comunidades de interesse. Vai abrir um escritório de negócios em Jerusalém, enquanto a city de negócios de Israel é Tel Aviv. Disse que futuramente inaugurará uma embaixada, que o “casamento” está marcado e pediu “calma” no processo de transição. - Diante da visita e medidas de Bolsonaro em Israel, no que tange principalmente à transferência da embaixada, a Autoridade Palestina convocou para consultas seu embaixador no Brasil, Ibrahim Alzeben, como forma de expressar inconformidade com a abertura do escritório de negócios em Jerusalém. Para a ANP, a decisão brasileira é “uma violação flagrante da legitimidade e das resoluções internacionais, uma agressão direta ao nosso povo e a seus direitos e uma resposta afirmativa para a pressão israelense-americana que mira reforçar a ocupação e a construção de assentamentos e na área ocupada em Jerusalém”. - Bolsonaro, ao visitar o muro das lamentações na parte oriental de Jerusalém acompanhado de Netanyahu, fez uma afronta à comunidade árabe que nem Trump ousou fazer (apesar de que Mike Pompeo o fez). O local é considerado sagrado e autoridades políticas se abstêm de fazer esta visitação acompanhadas de autoridades israelenses pela delicadeza do tema em torno da representatividade de Jerusalém para diferentes religiões e da soberania de Jerusalém. Netanyahu aproveitou para capitalizar postando uma foto da visita no Twitter. Segundo analista do Jerusalem Post, Hagay Hacohen: “O presidente Jair Bolsonaro deu uma tácita aprovação em direção à soberania de Israel sobre Jerusalém – incluindo a Cidade Velha – ao visitar o Muro das Lamentações... com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu”. - A ONU reconhece a dualidade de Jerusalém entre árabes, maioria palestinos, e israelenses e considera a presença de Israel na parte oriental como uma ocupação. A cidade-velha como é conhecida abriga três locais sagrados do cristianismo, do judaísmo e do islamismo. São a Igreja do Santo Sepulcro, o Domo da Rocha e o Muro das Lamentações. - A visita de Bolsonaro a Israel ocorre no contexto da véspera das eleições de 9 de abril que podem deslocar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu do centro do poder. Segundo as pesquisas, há um empate nas intenções de voto para Bibi e para seu ex-comandante do exército Benny Gantz. - O partido AKP, do presidente turco, Erdogan, sofreu derrotas eleitorais segundo dados divulgados nesta segunda (1) sobre as eleições na capital Ancara e em Istambul, maior cidade do país e berço político de Erdogan. O AKP está contestando os resultados e denunciando irregularidades nas votações. - O Brexit subiu no telhado e de lá não quer sair. Sucessivas derrotas das propostas de acordo apresentadas por May levaram o Reino Unido a uma situação de impasse. Entre irritado e irônico o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker disse: “Uma esfinge é um livro aberto comparada com o Reino Unido”. Nesta segunda (1) foram votadas quatro propostas: saída sem acordo; evitar uma saída sem acordo; união alfandegária e novo referendo. Todas foram derrotadas. Aquela que foi derrotada com uma margem menor foi a da união alfandegária com 276 votos contra e 273 a favor. Nas últimas horas, em Bruxelas, o negociador europeu, Michel Barnier, disse que o RU precisa de uma “justificativa forte” para conseguir uma significativa extensão do prazo para o Brexit que expirou no último dia 29 de março. Barnier ainda frisou que “sem acordo, não há transição” e que se o RU quer deixar a UE de maneira ordenada, o acordo construído é o único existente. May pode tentar votar novamente o acordo na próxima sexta-feira. - O Brasil enviou bombeiros para atuar em Moçambique em apoio às vítimas do ciclone Idai, que deixou mortos e destruiu várias regiões do país. Parte dos bombeiros atuou também na tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem da empresa Vale, em Brumadinho (MG), em janeiro deste ano. Até agora, o número oficial de mortes provocadas pelo Idai chega a 598 pessoas. Os dados são do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e foram divulgados nesta segunda-feira (1). O número de famílias afetadas é de 195.287 e de pessoas atingidas é de quase um milhão (967.014). O número de casas destruídas é de 62.153. - As eleições da Ucrânia podem trazer um palhaço para a presidência do país. Volodymyr Zelensky vai disputar o segundo turno das eleições com o atual presidente Petro Poroshenko. Ator e comediante, Zelensky interpreta na TV, no programa Servidor do Povo, um professor de ensino médio que acaba que virando presidente do país. O primeiro turno das eleições ocorreu no último domingo (31). Foram 39 os candidatos concorrentes no primeiro turno. Zelensky suplantou a forte candidata a disputar o segundo turno com Poroshenko, a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko. Sua votação vem de uma associação da sua imagem com um discurso antipolítica e anticorrupção. Entre suas propostas estão tirar a imunidade política de quem ocupa cargos de presidente, deputados e juízes e criação de um tribunal independente anticorrupção. Seguindo uma onda populista, ele pediu a seus três milhões de seguidores no Instagram para dizer quem escolheriam para vice-presidente e cargos ministeriais. - A guerra da Síria entrou em seu nono ano.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.