Partido neonazista alemão lança livro de colorir com desenhos xenófobos

Após polêmica por estereótipos ofensivos sobre estrangeiros, presentes em um livro para o público infantil, o AfD pediu desculpas e reconheceu que alguns dos desenhos “não são aceitáveis”.

Desenho de livro para colorir do partido neonazista AfD, onde turcos são retratados como assassinos (foto: reprodução)
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Uma filial regional do partido AfD (Alternativa para a Alemanha), conhecido em seu país pelo discurso neonazista e antimigração, lançou recentemente um livro de colorir com desenhos racistas e xenófobos.

O caso aconteceu no estado de Renânia do Norte-Vestfália. O livro se chama, justamente, “Nordrhein Westfalen zum Ausmalen” (ou “Renânia do Norte-Vestfália para colorir”), e traz desenhos retratando o que o AfD julga ser a vida da sociedade na região.

Em alguns dos desenhos do livro é possível ver horrível retratações de comunidades estrangeiras: em um deles, há dezenas de pessoas com bandeiras da Turquia, todas elas portando facas ou armas de fogo. Em outro, há pessoas retratadas como africanos selvagens atacando pessoas em uma piscina.

A polêmica a respeito do livro levou a bancada da AfD no estado da Renânia do Norte-Vestfália, a pedir desculpas pela distribuição do livro, especialmente pelo fato dele ser direcionado o público infantil.

No entanto, a retratação também está gerando controvérsia, pela pouca ênfase nas desculpas. Por exemplo, o comunicado oficial do partido diz que “embora a maioria dos desenhos não seja censurável e esteja em coerência com o objetivo do projeto, infelizmente também havia alguns que definitivamente não são aceitáveis, e obviamente não representam os nossos valores”.

O líder da bancada do AfD em Renânia do Norte-Vestfália, Markus Wagner, passou dias defendendo a publicação do livro, mas nesta quinta-feira (20), voltou atrás em sua posição.

“A afirmação que fiz ontem (quarta 19) foi um erro. O livro não deveria ter sido publicado desta forma”, disse o político, que no dia anterior havia expressado que “são apenas desenhos satíricos sobre a situação no país”, e que as críticas eram “ataques à liberdade artística, as quais vamos responder imprimindo mais cópias”.