Pedro Pablo Kuczynski renuncia à Presidência do Peru

Pedidos de renúncia se intensificaram após divulgação de vídeos envolvendo Kuczynski em suposto esquema de compra de votos; impeachment seria votado nesta quinta-feira

Foto: Divulgação/Presidência do Peru
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Por Opera Mundi O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski (PPK), renunciou nesta quarta-feira (22/03) ao cargo após forte pressão política do próprio partido e de ministros – e um dia antes da votação de um novo processo de impeachment no Congresso. A informação foi divulgada pelos jornais El ComercioLa República e pela agência Reuters. O primeiro-vice-presidente do país, Martín Vizcarra, deve assumir o cargo. PPK é acusado de ter recebido mais de 782 mil dólares da Oderbrecht por serviços de consultoria realizados entre 2004 e 2007. Os depósitos aparecem em um documento da construtora brasileira que foi enviado à comissão parlamentar que investiga os desdobramentos da Operação Lava Jato no Peru. Por conta da acusação, uma primeira votação de impeachment ocorreu em dezembro do ano passado, onde PPK foi inocentado. No entanto, após novas evidências, uma nova votação estava marcada para esta quinta-feira (22/03). A pressão para a renúncia de PPK aumentou substancialmente após a divulgação de quatro vídeos em que, em diferentes momentos, cinco congressistas – entre eles, Kenji Fujimori – ofereceriam propina decorrente de obras na região de outro deputado, Moisés Mainami, em troca do voto para livrar PPK da cassação. Nesta quarta, a Junta de Porta-vozes do Congresso do Peru, formada pela Mesa Diretora da Casa e lideranças partidárias, se reuniu em caráter de urgência e pediu a renúncia do mandatário. Ministros do próprio governo e deputados do Peruanos por el Kambio, partido do presidente, vieram às redes sociais pedir a renúncia do mandatário. “O cargo presidencial é muito mais do que as pessoas. É necessário proteger as instituições. Por isso, com muito pesar, senhor presidente, peço que dê um passo para que se afaste”, afirmou o deputado oficialista Pedro Olachea. Por sua vez, o ex-ministro da Agricultura Jose Manuel Hernández, tuitou a hashtag #RenunciaPPK. “Alertamos [o presidente], ajudamos, mas não nos escutou. Kuczynski, não se exponha a uma vacância do cargo, que o condenaria por toda a vida”, disse. O diretor da Polícia Nacional do Peru, general Douglas Zubiate, colocou todas as forças policiais do país em “alerta máximo” por causa da vacância do cargo de presidente.