Por telefone, Trump diz a Bolsonaro que "o Brasil teve que parar"

Segundo o mandatário estadunidense “ele (Bolsonaro) é um grande cara, mas tem um problema com o vírus". Também disse que "o mundo está parando, e alguns países estão se saindo bem”

Bolsonaro e Donald Trump (Foto: Alan Santos/PR)
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Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (1), o presidente dos EUA, Donald Trump confirmou que, mais cedo, teve uma conversa telefônica com Jair Bolsonaro. Ao ser questionado sobre o telefonema, Trump afirmou que o Brasil "teve que parar".

A declaração é uma forma discreta de reforçar o recado: o mandatário estadunidense mudou de posição e, ao contrário de Bolsonaro, tem reconhecido a gravidade do coronavírus e defendido o isolamento.

Trump ainda suavizou a mensagem com elogios ao governo de um dos seus principais aliados ideológicos, mas sem perder o foco no que considera uma urgência para o caso brasileiro.

“Ele (Bolsonaro) é um grande cara, fazendo um trabalho maravilhoso pelo Brasil. Mas ele tem um problema com o vírus, nos falamos esta manhã. O Brasil está parando, ele tem que parar. O mundo está parando, alguns países estão se saindo bem. Espero que possamos sair dessa mais fortes do que nunca”, comentou.

Posteriormente, a Casa Branca divulgou uma nota, abordando novamente a conversa entre Bolsonaro e Trump, e afirmando que ambos os presidentes “ressaltaram a importância de uma coordenação internacional e parceria contínua, incluindo o compromisso de trabalhar em conjunto no âmbito do G-20”.

A nota também diz que os presidentes estiveram de acordo com a necessidade de medidas para proteger a economia.

O chanceler brasileiro Ernesto Araújo confirmou a conversa entre Bolsonaro e Trump, mas disse que ela foi marcada pela oferta de ajuda dos Estados Unidos para enfrentar a crise de saúde pelo coronavírus. No entanto, também contou que eles não falaram sobre medidas de distanciamento, ou sobre um possível veto estadunidense a voos do Brasil.

“O telefonema foi basicamente para uma conversa de reconhecer o momento difícil e de trocar essa disponibilidade de cooperação”, assegurou Araújo.

*A reportagem foi atualizada para correção de informação, que tinha como fonte o jornal O Globo