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Diferentes meios brasileiros e argentinos informam que há uma visita agendada para esta quinta-feira (4), do político argentino Alberto Fernández, candidato presidencial do peronismo unido para as eleições deste ano, à prisão em Curitiba onde está o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
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Fernández e Lula não são nem um pouco desconhecidos: o peronista foi Chefe de Gabinete (similar à Casa Civil no Brasil) durante todo o governo de Néstor Kirchner, cujo mandato foi contemporâneo aos primeiros anos do PT no Palácio do Planalto.
Atualmente, o político portenho encabeça a candidatura presidencial chamada no país de Fernández/Fernández, junto com a ex-presidenta Cristina Kirchner (seu nome de solteira era Cristina Fernández, e não tem parentesco com o colega de chapa), que se apresenta como união de diferentes setores peronistas, de centro e de esquerda, algo que não é tão comum na política argentina.
Todas as quintas, Lula tem direito a receber duas pessoas que não sejam seus familiares ou integrantes de sua equipe de defesa. A visita dura cerca de uma hora.
A visita também deve ter outro caráter simbólico: a ex-presidenta argentina também está sendo processada em seu país, e poderia ser presa durante este ano, devido às fortes pressões do macrismo à Justiça nesse sentido. Por isso mesmo, Alberto Fernández tem dado várias entrevistas recentes a meios locais falando da questão do lawfare na região, e tem mencionado muito o exemplo de Lula e as recentes revelações da série de reportagens Vaza Jato, mostrando as coincidências entre os dois casos – como, por exemplo, o fato de todos os processos contra Cristina estarem nas mãos de um mesmo juiz, Claudio Bonadío, cuja forma de atuar se assemelha muito a de Sérgio Moro.
As eleições presidenciais na Argentina acontecerão em outubro (primeiro turno) e novembro (segundo turno, se necessário) deste ano. Nas pesquisas mais recentes, a chapa Fernández/Fernández aparece sempre na frente, e sempre acima dos 40%, enquanto o presidente Maurício Macri, candidato à reeleição, flutua entre 30% e 35%.