Presidente das Filipinas sugere disparar contra vagina das guerrilheiras

Organizações locais e internacionais repudiaram o comentário de Rodrigo Duterte; seu porta-voz, no entanto, defendeu e disse que “é divertido, é preciso rir um pouco”

Duterte - Foto: Reprodução
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[caption id="attachment_125708" align="aligncenter" width="1024"] “Não vamos matá-las. Só vamos disparar contra a vagina. Sem a vagina, são inúteis”, disse Duterte - Foto: Wikimedia Commons Public[/caption] Um comentário bizarro feito pelo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, causou extrema polêmica e reações inclusive internacionais. Em um discurso para 200 ex-guerrilheiros, ele recomendou que os soldados adotem o nível de crueldade da milícia do Novo Exército do Povo (NEP) e disparem contra a vagina das guerrilheiras, porque, sem ela, “são inúteis”. O comentário foi condenado por organizações locais e de outros países. “Digam aos soldados que têm uma nova ordem. Não vamos matá-las. Só vamos disparar contra a vagina. Sem a vagina, são inúteis”, disse Duterte, de acordo com a transcrição oficial do discurso. A transcrição censura a palavra vagina, mas a mídia filipina confirmou que foi pronunciada. Emmi De Jesús, porta-voz em Manila do partido feminino Gabriela – com dois assentos no Parlamento –, denunciou as declarações que “confirmam que (Duterte) é o macho-fascista mais perigoso do governo”, segundo informações do portal filipino Politiko. “É apenas a última de uma série de declarações misóginas, depreciativas e degradantes sobre as mulheres”, denunciou a organização Human Rights Watch. “Incentiva as forças de segurança a cometer crimes sexuais durante um conflito armado, o que constitui uma violação do Direito Internacional Humanitário”, acrescentou a HRW. Um porta-voz de Duterte, Harry Roque, afirmou que os que criticam as declarações não têm senso de humor. “Às vezes, essas feministas exageram um pouco. É divertido. Vamos lá, só é preciso rir um pouco”, acrescentou. O presidente filipino, de 72 anos, um mulherengo confesso e conhecido por seus habituais discursos fora do tom, já foi motivo de polêmica em numerosas ocasiões por seus comentários sobre as mulheres. Antes de chegar à presidência, em junho de 2016, provocou fortes protestos por contar uma piada sobre uma freira australiana estuprada e assassinada durante um motim em uma prisão, em 1989. Em maio de 2017, afirmou em tom jocoso que os soldados poderiam estuprar três mulheres sem ser punidos e, alguns meses depois, voltou a fazer piada sobre o estupro da vencedora do concurso Miss Universo. No mês passado, disse que ofereceria 42 virgens para cada turista que visitasse o país.