Protestos marcam a cúpula do G-20; Merkel, Putin e Trump são protagonistas

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Michel Temer, alvo de denúncias e pedidos de Impeachment, pode estar ausente Por Vinicius Sartorato*, colaborador de Rede Fórum de Jornalismo Nos próximos dias 7 e 8 de julho será realizado o encontro anual dos presidentes do G-20 em Hamburgo, na Alemanha. O chamado G-20 é o grupo das 19 nações mais industrializadas do mundo, mais a União Européia. O grupo representa 2/3 da população mundial e 90% da força econômica global. Realizado em setembro de 2016, em Hangzhou, na China, o 11º encontro do grupo foi marcado por algumas declarações econômicas de linha liberal e um posicionamento político claro contra o populismo nacionalista e por um maior apoio a situação dos refugiados. Desse modo, uma das polêmicas dessa edição do G-20 será certamente a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Tal fato gerou o isolamento de Trump neste tema. Em 2016, o destaque ficou justamente para o pronunciamento e ratificação conjunta de Barack Obama e Xi Jinping ao acordo. Outra polêmica importante deve vir da relação entre a Rússia-EUA-UE. A política externa russa – a mais protagonista desde o fim da URSS - vem sendo alvo de críticas e denúncias sobre ações militares na Ucrânia, na Síria, de interferência nas eleições norte-americanas e somam-se ainda as sanções econômicas internacionais dos últimos anos. A preparação do encontro também terá como destaque a corrida desenvolvimentista sobre a África. Vários países estão investindo pesado nesta corrida, que muitos categorizam como uma “nova fase de imperialismo global”. Merkel, inclusive, realizou uma pré-conferência exclusiva com líderes africanos, ao lado do primeiro-ministro italiano e a presidente do FMI. Em contrapartida, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em nota cética, destacou que a declaração do encontro prévio dos ministros do G-20 apresenta desafios importantes para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento. O documento indica linhas de ações para promover trabalho digno, sustentabilidade e diálogo social. Muitos analistas criticam a falta de efetividade, legitimidade e transparência do G-20. Com a expectativa de mobilizar cerca de 10 mil pessoas entre delegações, a reunião de cúpula do G-20 espera milhares de manifestantes, das mais variadas tendências e segmentos, reclamando, de forma geral, paz, respeito ao meio-ambiente e justiça social. Em tempo, entre os coadjuvantes, o presidente brasileiro, Michel Temer, que ficou isolado em 2016, pode ser um dos ausentes nessa edição do encontro, devido as denúncias e pedidos de impeachment que é alvo. A repercussão internacional variou entre dizer que o Brasil está à deriva e classificar Temer como um "leproso" no meio político mundial, que ninguém quer proximidade. *Vinicius Sartorato é sociólogo. Mestre em Políticas de Trabalho e Globalização (Universidade de Kassel, Alemanha)