Saiba o que é peste bubônica, doença que matou milhões na Idade Média e ressurge na Ásia

Sem tratamento adequado, a doença causa a morte de 30% a 90% das pessoas infetadas. Com tratamento, o risco de morte é de 10%

No passado, a peste bubônica causou milhões de mortes e era tratada por pessoas que usavam roupas fantasmagóricas. Foto: Wikimedia Commons/Divulgação
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A peste bubônica é um dos três tipos de peste causada pela bactéria Yersinia pestis. Os três tipos de peste são classificados em função da via de infeção: peste bubónica, peste septicêmica e peste pneumônica.

O período de incubação da peste bubônica varia de dois a seis dias, sendo mais curto na peste pneumônica, de um a três dias, podendo ser mais longo em indivíduos vacinados. Incubações de poucas horas ou de oito ou mais dias são incomuns.

Os sintomas são semelhantes aos da gripe, incluindo febre, dores de cabeça, e vômitos. Os gânglios linfáticos mais próximos do local onde a bactéria penetrou na pele podem encontrar-se inchados e dolorosos. Em alguns casos os gânglios inflamados podem abrir-se.

A peste bubônica é transmitida principalmente por pulgas entre animais de pequeno porte. Pode também ser o resultado da exposição aos fluidos corporais de um animal infetado com a peste.

Os animais domésticos, em especial os gatos, podem conduzir as pulgas infectadas de roedores silvestres para dentro de casa e, às vezes, podem transmitir a doença por arranhaduras e mordidas. Outro meio, se houver lesões cutâneas, é a manipulação de tecidos animais infectados, sobretudo de roedores e lagomorfos, um fato importante quando se considera o hábito de caçar animais tais como o preá, a paca e a cutia.

O diagnóstico é confirmado com a detecção da bactéria no sangue, no escarro ou no líquido dos gânglios linfáticos.

Sem tratamento adequado, a doença causa a morte de 30% a 90% das pessoas infetadas. Nos casos em que ocorre, a morte geralmente dá-se no prazo de dez dias. Com tratamento, o risco de morte é de 10%. Em todo o mundo estão documentados cerca de 650 casos por ano, que resultaram em cerca de 120 mortes. No século XXI, a doença é mais comum na África.

A Mongólia anunciou neste sábado (4) que identificou 2 casos de peste bubônica na cidade de Khovd, no noroeste do país, perto da tríplice fronteira com a China e a Rússia.

O Centro Nacional de Zoonoses da Mongólia acredita que o surto pode ter surgido do consumo de carne de marmota cru por parte de moradores dessas regiões.

Um dia depois dos casos registrados na Mongólia, neste domingo (5), foram identificados alguns pacientes com peste bubônica no noroeste da China, mais precisamente na cidade de Bayan Nur – justamente, perto da fronteira com a Mongólia.

As autoridades chinesas isolaram um pavilhão inteiro do hospital da cidade para cuidar dos dois pacientes, além de tomar outras medidas de distanciamento e segurança para evitar que a praga se alastre no centro de saúde.

A prevenção consiste em medidas de saúde pública, como não manusear carcaças de animais em regiões onde a peste é comum. As vacinas não têm demonstrado utilidade na prevenção da doença. Estão disponíveis vários antibióticos eficazes para o tratamento de peste bubônica, como a estreptomicina, gentamicina e doxiciclina.