Senador dos EUA cobra repúdio de Bolsonaro à invasão do Capitólio “ou haverá prejuízo à relação bilateral”

Robert Menéndez enviou cartas ao presidente brasileiro e ao chanceler Ernesto Araújo, dizendo que eles devem “rejeitar categoricamente” o ataque para não “minar a parceria entre os EUA e o Brasil”

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O senador estadunidense Robert Menéndez, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado do seu país, enviou cartas ao presidente Jair Bolsonaro e ao chanceler Ernesto Araújo, afirmando que eles devem adotar uma postura abertamente crítica à invasão do Capitólio por parte de grupos de extrema-direita apoiadores de Donald Trump, em ação ocorrida no dia 6 de janeiro.

Segundo o parlamentar, um dos principais aliados do presidente Joe Biden e membro do Partido Democrata, Bolsonaro e Araújo devem mostrar que o Brasil “rejeita categoricamente” a invasão, caso contrário, isso poderá gerar “prejuízo para a relação bilateral” entre o país sul-americano e os Estados Unidos.

Parte do conteúdo da carta foi divulgado em matéria da Folha de São Paulo nesta sexta-feira (12). O senador democrata argumentou que o governo estadunidense não vê com bons olhos o “apoio de seu governo (de Bolsonaro) a teorias da conspiração furadas e aos terroristas domésticos”, e lembrando que essa postura poderia “minar a parceria entre os Estados Unidos e o Brasil”.

Menéndez se refere ao fato de que tanto Bolsonaro quanto Araújo deram declarações de sugerindo apoio à invasão nos dias seguintes ao ataque.

O presidente afirmou, em conversa com seus apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada que “vocês sabem que sou ligado ao Trump, então sabem da minha resposta”.

Já o chanceler justificou a ação dos grupos de extrema-direita dizendo que “grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”.

Naquele dia 6 de janeiro, grupos de extrema-direita invadiram o Capitólio, sede do Poder Legislativo dos Estados Unidos, e atrasaram a sessão que oficializou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020 sobre Donald Trump – a intenção era impedir a sua realização, com a alegação de que teria havido uma fraude, algo que nunca ficou comprovado.