Software que Carlos Bolsonaro quis comprar espionou ativistas, jornalistas e advogados

Edward Snowden destacou reportagem do The Guardian sobre o Pegasus: “Esse vazamento vai ser a reportagem do ano”

Edward Snowden - Foto: Wikimedia CommonsCréditos: Divulgação
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O ex-administrador da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden, responsável por vazar informações de inúmeros detalhes de programas que constituem o sistema de vigilância global da agência, usou as redes para destacar reportagem do The Guardian. “Esse vazamento vai ser a reportagem do ano”, disse.

https://twitter.com/Snowden/status/1416797153524174854

Ativistas de direitos humanos, jornalistas e advogados em todo o mundo têm sido alvos de espionagem por governos autoritários, por meio do sistema de software de hacking, chamado Pegasus, vendido pela empresa de vigilância israelense NSO Group. As informações a respeito de vazamento massivo de dados são do The Guardian.

Em maio de 2021, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) tentou trazer o Pegasus para o Brasil. Mesmo sendo somente vereador, o filho do presidente tem influência no governo do pai, Jair Bolsonaro. Porém, a ideia provocou uma crise política entre a ala bolsonarista do governo e a cúpula do comando militar.

Pegasus infecta iPhones e dispositivos Android para permitir que os operadores da ferramenta obtenham mensagens, fotos, e-mails, gravem chamadas e ativem microfones de forma secreta.

O vazamento contém uma lista de mais de 50 mil números de telefones que teriam sido identificados como de pessoas de interesse por clientes da NSO desde 2016, segundo o The Guardian.

Ainda segundo a reportagem, o Pegasus foi utilizado por governos ao redor do mundo para invadir celulares e monitorar conversas de opositores políticos.

Rastreamento

O Pegasus permite rastrear, secretamente, todas as atividades da pessoa que teve o aparelho infectado. Desde mensagens enviadas e digitadas até informações de acesso a contas bancárias, redes sociais e e-mail.

Pode ser usado, ainda, para ativar, remotamente, o microfone do celular, espionado para ouvir ligações e tirar fotos. Além disso, tem capacidade para acessar a localização e monitorar os sites navegados com o tempo de acesso em cada um deles.