Suprema Corte do Reino Unido decide na segunda sobre extradição de Assange

Julgamento vai definir se a extradição do fundador do WikiLeaks é de importância pública ou deve ser definida pelo governo Boris Johnson

Julian Assange (Foto: Reprodução)
Escrito en GLOBAL el

O fundador da WikiLeaks, Julian Assange, terá um veredicto da Supremo Corte do Reino Unido na próxima segunda-feira (24) que pode determinar se ele pode ou não apelar da decisão de extradição aos Estados Unidos.

Em dezembro, os Estados Unidos ganharam uma apelação no Tribunal de Westminster, de Londres, e conseguiram autorização para a extradição de Assange. O jornalista está sendo acusado de crimes de conspiração e espionagem pelo governo estadunidense.

A defesa de Assange, então, apresentou nova apelação a aguarda uma decisão da corte sobre a possibilidade ou não dessa nova investida.

Pelas redes sociais, Stella Moris, noiva de Assange, disse que estará presente no julgamento na segunda-feira para prestar depoimento.

"O julgamento irá: definir que as questão legais direito levantadas por Assange são de importância pública geral - dando-lhe permissão para apresentar um pedido ao Supremo Tribunal do Reino Unido ou negar tal entendimento, passando a decisão para a Secretaria de Estado do Reino Unido", explicou.

Em janeiro de 2021, a juíza Vanessa Baraitser havia negado o pedido de extradição dos EUA por temer suicídio.

Em dezembro, o Grupo de Puebla e o Conselho Latinoamericano de Justiça e Democracia (CLAJUD) emitiram uma carta onde exigem a liberdade de Assange e afirmam que a decisão do Tribunal de Westminster em favor da extradição para os EUA é uma “violação do direito humano à liberdade de expressão e informação”. Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff assinam a carta em favor de Assange.

Revelações de Assange mostram assassinatos e tortura praticados por militares dos EUA

As denúncias do jornalista mostraram, entre outros segredos guardados pelos governos estadunidenses, a brutalidade das operações militares do país no Afeganistão e no Iraque, com a prática comum de torturas mortes não registradas.

Documentos e vídeos divulgados por Assange, em 2010 e 2011, descortinaram uma série de abusos cometidos por militares dos Estados Unidos, que assassinaram centenas de civis no Afeganistão e cerca de 66 mil em território iraquiano, além da tortura de prisioneiros.

Advogados de Assange estimam que caso ele seja extraditado e condenado nas 18 acusações que enfrenta nos EUA – entre elas, conspirar para hackear bancos de dados militares dos EUA de modo a obter informações secretas confidenciais relacionadas às guerras do Afeganistão e do Iraque, que foram publicadas no site Wikileaks – ele pode pegar até 175 anos de prisão.

https://twitter.com/StellaMoris1/status/1484505652227682304