O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia notificou o Movimento Ao Socialismo (MAS), do ex-presidente Evo Morales, que admitiu as denúncias apresentadas por partidos de oposição contra a sigla por "difundir pesquisa eleitoral".
A corte deu 48h para o MAS se manifestar no processo que pode suspender o registro da legenda nas eleições que devem ocorrer em setembro de 2020. O pleito ocorreria no início do ano, mas foi adiado em razão da pandemia do novo coronavírus. Desde a derrubada de Morales por um golpe civil-militar, o país está sendo governado pela ditadora Jeanine Añez.
O ex-presidente criticou o intento. "Ao longo da história, durante a colônia e a república, o movimento indígena foi excluído e vilipendiado. Agora, há quem tente proibi-lo porque ainda não entende que banir a maioria está banindo a democracia", afirmou.
"Os partidos de direita, incluindo o governo de fato de Áñez, ameaçam prender membros do TSE se eles não banirem o MAS-IPSP, o maior movimento político da história da Bolívia, o que leva às eleições um candidato vencedor como Lucho Arce", completou.
Equador
A empreitada da direita boliviana se assemelha a um movimento que tem ocorrido no Conselho Nacional Eleitoral Equador com as tentativa de derrubar o partido Força Compromisso Social. A legenda abriga os apoiadores do ex-presidente Rafael Correa desde que o presidente Lenín Moreno traiu o padrinho político e se apropriou do Aliança País.
Os correístas chegaram a tentar criar uma sigla própria, mas foram impedidos pela justiça eleitoral.