Tribunal peruano arquiva caso de estupro porque a vítima estava com lingerie vermelha

Três juízes (incluindo duas mulheres) de uma cidade do interior entenderam que “o uso roupas íntimas indica que ela estava predisposta a fazer sexo com o acusado”. Ministério Público do Peru pediu anulação da decisão

Foto: ilustrativa
Escrito en GLOBAL el

Um caso de estupro ocorrido na cidade de Ica, no Sudoeste do Peru, terminou em arquivamento nesta segunda-feira (2), depois que três juízes do Tribunal Penal da cidade decidiram arquivar a acusação contra Giancarlo Espinoza Ramos, acusado de estuprar uma mulher que teria conhecido nas redes sociais – o nome da vítima não foi divulgado pela imprensa local.

Segundo a imprensa peruana, a decisão dos magistrados foi unânime e se baseou no argumento de que a vítima utilizava lingerie de cor vermelha. O texto da decisão explica que “o uso de roupas íntimas dessa cor indica que a mulher estava predisposta a fazer sexo com o acusado”.

Outro controverso da decisão é o fato de que o grupo de juízes que a tomou tem maioria feminina: as magistradas Lucy Castro Chacaltana e Diana Jurado Espino, além do magistrado Ronald Anayhuamán Andia, foram as pessoas responsáveis pela decisão.

O Ministério Público do Peru à Suprema Corte do país que anule a decisão do Tribunal Penal de Ica.

Assim como o caso de Mariana Ferrer no Brasil, a sentença a favor do estuprador no Peru também causou grande comoção nacional, especialmente nas redes sociais.