Trump ameaça usar militares contra protestos, e promove repressão fora da Casa Branca

Manifestantes que protestavam nas proximidades do palácio governamental estadunidense foram atacados com balas de borracha e gás lacrimogêneo, enquanto o presidente saiu escoltado e caminhou até uma igreja que foi atacada no domingo

Donald Trump (foto: Twitter)
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O fim da tarde desta segunda-feira (1), em Washington, foi marcado por dois tipos de violência. Do lado de dentro da Casa Branca, o presidente Donald Trump realizou um discurso, ameaçando acionar as Forças Armadas para lidar com os protestos que proliferam em todo o país. Do lado de fora, manifestantes eram atacados com balas de borracha e gás lacrimogêneo.

“Eu sou o presidente da lei e da ordem”, afirmou Trump, ao assegurar que pretende tomar medidas extremas caso as manifestações pelo país continuem. Ele chegou a invocar a chamada Lei de Insurreição, um texto de 1807 que permite ao presidente usar as forças militares contra o próprio povo, caso creia necessário “conter a desordem, insurreição e rebelião”.

Trump também disse que está de acordo “com manifestações pacíficas, mas o que estamos vendo é a ação de anarquistas profissionais, bandidos, vândalos, vagabundos, terroristas, antifas e outros, e contra esses nós vamos agir”.

Perto dali, nos arredores da Casa Branca, milhares de manifestantes começaram a sentir na pele e nos olhos o endurecimento da postura de Trump contra os protestos. A polícia local atacou o grupo com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, e provocou correria e confusão no local.

Minutos após a repressão policial dispersar o público em frente à Casa Branca, Trump resolveu sair da residência, e caminhou, escoltado por militares e com uma bíblia na mão, até a Igreja de Saint John, que foi alvo de ataque dos manifestantes, na noite de domingo (31).

Em outras cidades do país, este dia também foi marcado por atos em memória de George Floyd, o segurança negro assassinado por um policial em Minneapolis, após supostamente ter pago uma conta com um cheque falso. No dia 25 de maio, o oficial de polícia Derek Chauvin manteve seu joelho sobre o pescoço de Floyd por mais de 8 minutos, apesar de ele estar algemado, desarmado e deitado no chão.