O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o candidato do Partido Democrata às eleições presidenciais, Joe Biden, reservaram a esta segunda-feira (22) para usar a Venezuela como plataforma eleitoral para o pleito de novembro.
"Trump fala duro com a Venezuela, mas admira bandidos e ditadores como Nicolas Maduro. Como presidente, defenderei o povo venezuelano e a democracia", afirmou Biden ao comentar sobre entrevista concedida pelo adversário em que Trump diz que gostaria de se encontrar com Maduro e diminui apoio a Guaidó.
Em resposta, o atual presidente afirmou que "ao contrário da esquerda radical, sempre estará contra o socialismo e com o povo da Venezuela". "Minha administração sempre esteve do lado da LIBERDADE e da LIBERDADE e contra o regime opressivo de Maduro! Eu só me encontraria com Maduro para discutir uma coisa: uma saída pacífica do poder!", declarou.
Na entrevista publicada na noite de domingo (21) no portal Axios, Trump sinalizou que poderia se reunir com o presidente venezuelano e demonstrou frustração com o deputado Juan Guaidó, principal opositor no país e autodeclarado presidente da Venezuela. A desconfiança com Guaidó aumentou na comunidade internacional desde que aliados do deputado foram envolvidos em uma operação de mercenários para sequestrar Maduro e entregá-lo aos Estados Unidos.
A declaração acontece em meio às polêmicas surgidas após a divulgação de trechos do livro do ex-assessor de política internacional da Casa Branca, John Bolton. Na publicação, que deve ser lançada na terça-feira (23), Bolton revela, entre outras coisas, que Trump queria tomar Venezuela porque acreditava que o país é “parte dos EUA”.
“Trump insistiu que queria opções militares para a Venezuela para então tomá-la porque ‘ela realmente faz parte dos Estados Unidos'”, diz Bolton em trecho do livro. Ao Axios, Trump afirmou que Bolton talvez seja "a pessoa mais idiota do planeta Terra".
Reportagem exclusiva da jornalista Fania Rodrigues publicada na Fórum aponta que o governo dos Estados Unidos enviou U$ 656 milhões (R$ 3,2 bilhões) à Venezuela entre os anos 2017 e 2019, destinados à ajuda humanitária, mas pouco se sabe sobre a destinação dos recursos.