Trump lança campanha à reeleição em meio a protestos opositores e desconfiança interna

Segundo a pesquisa, Trump perderia a disputa presidencial contra os dois principais candidatos das primárias do Partido Democrata: 53% x 40% contra o liberal Joe Biden, e 51% x 42% contra o progressista Bernie Sanders, de acordo com uma medição nacional realizada pela Universidade de Quinnipiac.

Foto: Flickr/Gage Skidmore
Escrito en GLOBAL el
A corrida eleitoral nos Estados Unidos já começou, e o presidente Donald Trump não quer ser um retardatário nesta disputa. Nesta terça-feira (17), ele lançará sua campanha pela reeleição, em evento que acontecerá na Flórida, um dos bastiões eleitorais do seu Partido Republicano, com o qual pretende reunir ao menos 200 mil pessoas no mega ginásio Amway Center, na cidade de Orlando. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo Faltando ainda 16 meses para a votação, e sem um adversário definido – já que o Partido Democrata ainda passará por um processo de primárias internas para decidir o seu candidato –, Trump tentará projetar uma imagem de confiança na vitória. Segundo matéria do The Guardian, o presidente deve fazer um discurso baseado nas realizações do seu governo, como base para a afirmação de que é o favorito para a disputa. Contudo, os democratas também preparam reações ao evento, especialmente na Flórida, onde diversos grupos vêm anunciando que farão pequenos atos regionais com moradores que dizem se sentir afetados com algumas de suas políticas, como os ataques ao programa de saúde impulsado por Barack Obama. Também estão programadas marchas de protesto em quase todos os estados, especialmente das organizações de base progressistas, que mobilizam seus eleitores, mas também de doadores multimilionários, que prometem gastar o que for preciso para derrotar Trump, além de uma série de editoriais jornalísticos e performances de comediantes criticando o seu mandato e a sua nova candidatura. Segundo a pesquisa, Trump perderia a disputa presidencial contra os dois principais candidatos das primárias do Partido Democrata: 53% x 40% contra o liberal Joe Biden, e 51% x 42% contra o progressista Bernie Sanders, de acordo com uma medição nacional realizada pela Universidade de Quinnipiac, divulgada na semana passada. Outras pesquisas internas da campanha de Trump, que vazaram para a imprensa, mostram que ele está atrás de Biden e de Sanders em vários estados, o que tem provocado certo temor em alguns líderes do Partido Republicano, segundo o correspondente do The Guardian, David Smith. O consultor eleitoral John Zogby, pesquisador e fundador da John Zogby Strategies, disse ao diário britânico que “no momento, Trump está entre as cordas, mas seu índice de aprovação se estabilizou entre 42% e 43%”. O analista considera que este não é um mau começo, mas alerta para o fato de que “a percepção sobre a economia real não é boa, sobretudo com relação aos índices de emprego, e isso sempre é decisivo em eleições. Portanto, ele precisa melhorar esse aspecto nos próximos meses”. Porém, Zogby também tem uma boa notícia para o candidato à reeleição. Embora alguns caciques republicanos, desconfiem de seu potencial eleitoral, “entre os militantes que se declaram seguidores ferrenhos do partido, Trump tem quase 94% de apoio”. O analista também lembra que Trump passou toda a campanha contra Hillary, em 2016, abaixo nas pesquisas e terminou vencendo – embora sua vantagem tenha sido apenas no colégio eleitoral, na quantidade total de votos, a candidata democrata o superou –, e que todos os presidentes desde os Anos 1980 conseguiram sua reeleição, exceto George H. Bush, pai de George W. Bush, que foi derrotado em 1992 por Bill Clinton.