Trump promete celebração “grandiosa” do 4 de julho nos EUA, ignorando pandemia e racismo

País chega ao aniversário da sua independência com 130 mil mortes por coronavírus e uma população que se manifesta massiva e diariamente, exigindo fim do racismo institucional, mas o presidente parece mais preocupado com sua reeleição

Donald Trump (foto: Twitter)
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Neste sábado (4), os Estados Unidos celebram o aniversário de número 244 da sua independência, conquistada em 1776.

Para aproveitar eleitoralmente esta data tão importante no país, seu presidente, Donald Trump promete uma festa “grandiosa”, que acontecerá na Casa Branca, mas que já teve sua prévia nesta sexta, em um ato realizado em um dos símbolos pátrios do país: o Monte Rushmore, monumento em Dakota do Sul onde estão esculpidas, em um rochedo, as efígies de quatro importantes ex-presidentes do país (George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln).

As celebrações organizadas pelo governo estadunidense visam impor a narrativa de que a gestão de Trump cumpriu a promessa de “fazer a América grande de novo”, considerando que a América se resume apenas aos Estados Unidos.

No entanto, essa máxima, para soar verdadeira, terá que ignorar o fato de que o país é o mais assolado do mundo pela pandemia do coronavírus, como 2,8 milhões de contágios e 130 mil mortes, resultados de um sistema de saúde dominado por hospitais e clínicas privadas, incapazes de oferecer atendimento de qualidade a uma enorme porcentagem da população.

Outro grande problema que Trump precisará ignorar é o do racismo institucional, alvo das milhares de pessoas que se manifestam massiva e diariamente no país, desde o dia 25 de maio, quando policiais de Minneapolis torturaram e assassinaram o afro-americano George Floyd. A população que vai às ruas exige reforma das polícias e a destruição de estátuas e monumentos que homenageiam figuras históricas racistas.

Em meio a todos esses problemas, o presidente insiste em realizar uma celebração grandiloquente, mostrando estar mais preocupado com sua reeleição – pela qual deverá enfrentar as urnas, no dia 3 de novembro – do que com os problemas reais que o país enfrenta atualmente.