Trump repete estratégia usada contra Obama e coloca em dúvida a nacionalidade de Kamala Harris

É a segunda vez que o presidente norte-americano se vê em dificuldades contra um adversário político negro e reage atribuindo a este uma falsa condição de “não estadunidense”

Donald Trump e Kamala Harris (foto: CBS)
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Diante da ameaça que a escolha de Kamala Harris como vice de Joe Biden pode representar para sua candidatura à reeleição, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu lançar mão de uma estratégia que já foi usada contra outro adversário político de raça negra: seu antecessor na Casa Branca, o ex-presidente Barack Obama.

O estratagema consiste em questionar a nacionalidade estadunidense de Harris, e assim, como fez com Obama, utilizou o argumento através de terceiros. Primeiro, se aproveitou de um artigo escrito por um jornalista simpático ao Partido Republicano: no caso, John Eastman, que escreveu matéria recente na revista Newsweek dizendo que os pais de Harris (um imigrante jamaicano e uma imigrante indiana) não tinham sua situação legalizada no país em 1964, ano em que ela nasceu, em território estadunidense.

“Eu pensei, ou ao menos presumi, que os democratas iriam verificar isso antes de escolhê-la para vice-presidente, mas parece que não o fizeram”, alfinetou Trump, após fazer questão em comentar o artigo de Eastman.

No entanto, e apesar de ter sido aceito por Trump, o argumento de Eastman esbarra na 14ª emenda da constituição estadunidense, que assegura a nacionalidade estadunidense de forma imediata a todas as pessoas nascidas dentro do território do país, independente da origem de seus pais. Kamala Harris nasceu em Oakland, no oeste dos Esta