Uso de drogas sob supervisão: Nova Iorque abre as primeiras salas dos EUA

Os locais, chamados de Centros de Prevenção de Overdose, serão administrados por dois serviços provedores de seringas

Opioides. Foto: Reprodução
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Foram inauguradas em Nova Iorque (EUA), nesta terça-feira (30) as primeiras salas do país para que dependentes químicos usem drogas de forma supervisionada, medida que integra os esforços para tentar conter a epidemia de mortes por overdose no país.

Os locais, chamados de Centros de Prevenção de Overdose, serão administrados por dois serviços provedores de seringas, organizações que oferecem acesso e descarte desses itens para o uso controlado de drogas.

De acordo com o prefeito Bill de Blasio, esses locais "são uma forma segura e eficaz de lidar com a crise dos opioides. Tenho orgulho de mostrar às cidades deste país que, após décadas de fracasso, uma abordagem mais inteligente é possível", afirmou.

Salvar vidas

Melissa Moore, diretora da Drug Policy Alliance (DPA), chamou a iniciativa de "marco na luta para acabar com as mortes por overdose em Nova York. Se quisermos salvar vidas, reduzir a criminalização e conter as desigualdades raciais, precisamos de abordagens abrangentes, inovadoras e com visão de futuro".

Para os defensores de políticas de drogas voltadas à promoção da saúde é melhor oferecer locais limpos e seguros para dependentes químicos como uma medida de redução de danos. Estudo do departamento de saúde da prefeitura estima que esses centros poderiam evitar 130 mortes por ano por overdose na cidade.

Já os críticos dizem que a abertura desses espaços representa uma ameaça às comunidades onde estão localizados, porque facilitariam o uso de drogas.

Vários lugares

De Blasio, que deixará o cargo após dois mandatos, sempre apoiou a abertura desses locais, que já existem em ao menos dez países, segundo a DPA: Alemanha, Austrália, Canadá, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Luxemburgo, Noruega e Suíça. Durante a campanha para a prefeitura, o prefeito eleito Eric Adams também manifestou apoio a esses equipamentos.

Com informações da Reuters