"Eu sou o pão da vida": cientistas descobrem pão de 1300 anos com imagem de Jesus
Surpreendente descoberta arqueológica na Turquia atrai atenção de pesquisadores
Arqueólogos descobriram, na cidade de Karaman, no sul da Turquia, uma fornada de cinco pães carbonizados datados entre os séculos VII e VIII d.C. A descoberta, anunciada na sexta-feira (10) pela Diretoria do Museu de Karaman, revelou um achado incomum: um dos pães traz a imagem de Cristo como um semeador, acompanhada de uma inscrição em grego que diz “Com a nossa gratidão a Jesus Abençoado”.
Os pesquisadores apontam que o texto reforça o legado helenístico e bizantino da antiga cidade de Eirenópolis, atual Karaman. Na época, o local era um importante centro cristão na província de Isáuria, onde o grego era o idioma dominante e as tradições religiosas bizantinas eram comuns.
De acordo com os arqueólogos, quatro dos pães trazem marcas de cruz, o que indica que foram usados em cerimônias religiosas, provavelmente como pães eucarísticos.
O quinto, com a figura de Cristo semeador, simboliza a união entre fé, trabalho e fertilidade agrícola, representando a bênção divina sobre o sustento da comunidade.
A simbologia do “pão da vida”, citada no Evangelho de João (6:35), ganha novo significado com a descoberta. Segundo os estudiosos, o achado oferece um raro vislumbre das práticas espirituais e da vida cotidiana dos cristãos bizantinos, em uma época em que o pão era não apenas alimento básico, mas também símbolo religioso e cultural.
Os pães, encontrados em excelente estado de conservação, agora passam por análises laboratoriais para determinar sua composição e confirmar a datação precisa. O sítio arqueológico de Karaman, segundo as autoridades turcas, continua sendo escavado e pode revelar novos vestígios do passado cristão e helenístico da região.