Professor, jornalista e pesquisador em teorias da democracia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve para Revista Fórum, com foco em temas de sustentabilidade, política e cultura.
Nem EUA, nem Argentina: o único castelo medieval das Américas fica no Brasil
Tombado pelo Iphan desde 1937, o espaço hoje integra o Parque Histórico e Cultural Garcia D’Ávila
Na Praia do Forte, na Bahia, ergue-se o Castelo Garcia D’Ávila, uma das construções mais antigas do país e o único castelo medieval das Américas.
Erguido entre 1551 e 1624, o local nasceu como fortificação para proteger o litoral norte da Bahia de invasões e, com o tempo, virou sede de um grande latifúndio da família Garcia D’Ávila, com influência que se estendia até o Maranhão.
Situado no topo da Colina de Tatuapara, o castelo mistura elementos residenciais e militares, preservando ruínas que carregam quase 500 anos de história.
Tombado pelo Iphan desde 1937, o espaço hoje integra o Parque Histórico e Cultural Garcia D’Ávila, onde é possível conhecer peças de origem indígena, africana e portuguesa, além de mapas e documentos que ajudam a reconstruir a vida na época colonial.
O castelo fica a poucos quilômetros da Vila de Pescadores da Praia do Forte e recebe visitantes de quarta a domingo e feriados, das 10h às 16h30, com horários especiais em dias de projeções noturnas. O ingresso custa R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), com entrada gratuita para moradores de Mata de São João e crianças de até cinco anos.
Experiência imersiva entre masmorras e projeções históricas
Entre os destaques do parque estão as antigas masmorras, que podem ser exploradas por visitantes em túneis subterrâneos. O local passou por recente restauração e ganhou um museu interativo que utiliza vídeo mapping e projeções audiovisuais para recriar episódios históricos. À noite, o castelo se transforma em um espetáculo de luzes, com projeções coloridas que encantam os turistas.
Ao longo dos séculos, dez gerações da família Garcia D’Ávila viveram no castelo, que também serviu como ponto de defesa contra holandeses e franceses. Hoje, suas ruínas oferecem uma vista panorâmica do mar e se tornaram parada obrigatória para quem quer unir história, cultura e natureza.
