história

Mona Lisa: o roubo que eternizou a obra de arte mais famosa da história

Um dos quadros mais famosos da história ganhou uma relevância especial quando foi roubado do Louvre em 1911

Escrito en História el
Historiadora e professora, formada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Escreve sobre história, história politica e cultura.
Mona Lisa: o roubo que eternizou a obra de arte mais famosa da história
Mona Lisa de da Vinci. wikipédia

Pouca gente sabe, mas a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, nem sempre foi o quadro mais famoso do mundo. Até o início do século XX, ela era apenas mais uma das inúmeras obras renascentistas expostas no Museu do Louvre, em Paris.
Em 1911, tudo mudou quando a pintura simplesmente desapareceu das paredes do museu — dando início a um dos roubos mais ousados e misteriosos da história da arte.

O sumiço da obra-prima

Na manhã de 22 de agosto de 1911, o artista francês Louis Béroud foi ao Louvre para pintar uma cópia da Mona Lisa. Ao chegar à galeria, notou um espaço vazio na parede. Pensando que o quadro estava sendo fotografado ou restaurado, não se preocupou.
Mas, horas depois, quando os funcionários procuraram a obra, perceberam o inacreditável: a Mona Lisa havia sido roubada.

O museu foi fechado por uma semana, e o caso ganhou as manchetes do mundo todo. Até Pablo Picasso chegou a ser interrogado pela polícia francesa, mas logo foi liberado.

O responsável pelo furto era Vincenzo Peruggia, um pintor e vidraceiro italiano que havia trabalhado no próprio Louvre. Ele acreditava que a Mona Lisa — pintada por um artista italiano — pertencia à Itália e deveria ser devolvida ao seu país de origem.

Aproveitando seu conhecimento do museu, Peruggia entrou no prédio vestido com o uniforme de funcionário, esperou a galeria esvaziar e retirou a pintura da moldura, escondendo-a sob o casaco. Depois, simplesmente saiu andando pela porta dos fundos.

Por mais incrível que pareça, ninguém notou.

Vincenzo Peruggia
(foto: wikipédia)

Dois anos de mistério

Durante dois anos inteiros, o roubo permaneceu sem solução. O Louvre ficou vazio e melancólico — e a ausência da Mona Lisa acabou tornando-a um ícone mundial.

Foi nesse período que o retrato de Lisa Gherardini ganhou a aura de “quadro mais famoso do mundo”.

O caso só foi resolvido em 1913, quando Peruggia tentou vender a pintura a um antiquário em Florença. A obra foi recuperada e, após uma breve exibição triunfal na Itália, retornou ao Louvre sob forte comoção popular.

Ausência de Mona Lisa em 1911
(foto: wikipédia)

De quadro a mito

O roubo da Mona Lisa transformou o quadro em símbolo global de mistério e genialidade. Antes de 1911, ela era uma pintura admirada, mas não especialmente célebre. Depois do crime e da cobertura midiática, tornou-se o rosto mais reconhecido da história da arte.

Hoje, protegida por vidro à prova de balas e cercada por multidões diariamente, a Mona Lisa é uma das principais atrações do mundo — e tudo isso, ironicamente, começou com um roubo.

Vincenzo Peruggia foi preso, mas cumpriu apenas sete meses de prisão. Na Itália, muitos o consideraram um “herói patriótico”.
E, de certa forma, ele conseguiu o que queria: fez com que o mundo inteiro olhasse para a Mona Lisa — e nunca mais esquecesse aquele sorriso enigmático.

Logo Forum