Em 1887, trabalhadores que escavavam turfa em Slupsk, no norte da Polônia, depararam-se com um objeto singular: uma pequena estatueta de urso esculpida em âmbar, com 10,2 cm de comprimento. Batizada de Slupcio ("carinha de Slupsk") em 2013, após um concurso infantil, a peça tornou-se um ícone local, reproduzida em souvenirs e exposta no Museu Nacional de Szczecin.
Arqueólogos acreditam que a figura, datada entre 9600 e 4100 a.C. (Mesolítico), era usada como amuleto por caçadores. O urso, à época o predador mais temível das florestas europeias, simbolizava força e proteção. Um orifício no torso sugere que o objeto era pendurado, possivelmente como parte de rituais ou para afastar perigos.
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Apesar de seu sua fama, a origem exata de Slupcio ainda divide especialistas. Enquanto alguns a associam ao Mesolítico, um estudo de 2023 propõe que ela possa ser ainda mais antiga, remontando ao Paleolítico Superior (até 50 mil anos atrás). Durante a Segunda Guerra Mundial, a peça foi levada para a Alemanha, onde ficou no Museu de Stralsund até seu repatriamento em 2009.
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O material da escultura — âmbar do Mar Báltico — era valorizado por suas características únicas: leveza, brilho após polimento e aroma quando queimado. Para povos antigos, essas propriedades podiam ter conotações mágicas, reforçando a ideia de que Slupcio era mais que um artefato, mas um objeto de poder.
Além de Slupcio, outras estatuetas de ursos em âmbar foram encontradas na região, sugerindo uma tradição artística e simbólica compartilhada por caçadores-coletores. Essas peças, junto a pinturas rupestres, revelam como animais eram centrais na cosmovisão pré-histórica. Hoje, o ursinho de âmbar continua a fascinar, unindo passado e presente em uma narrativa de sobrevivência e significado cultural.
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Características técnicas:
Dimensões: 10,2 cm (comprimento) x 4,2 cm (altura).
Material: Âmbar do Báltico, esculpido com detalhes faciais (olhos, narinas, boca).
Localização atual: Museu Nacional de Szczecin, Polônia.