Vice de Bruno Covas integra bancada da Bíblia e luta contra pauta LGBT na Câmara de SP

Ricardo Nunes liderou frente religiosa que barrou a inclusão da discussão sobre gênero no Plano Municipal de Educação

Ricardo Nunes e Bruno Covas (Reprodução/Twitter)
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O candidato à prefeitura da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB-SP), sempre declara ser um político de centro e que respeita as diferenças, porém, há duas questões que colocam o discurso de covas em xeque: o seu programa de governo que não menciona políticas públicas à população LGBT e o seu vice, Ricardo Nunes, político que diz combater a “ideologia de gênero”.

Ricardo Nunes é católico praticante e faz parte do setor ultraconservador da igreja Católica, além disso, se diz contrário à "ideologia de gênero", expressão inventada pela extrema direita brasileira para impedir o avanço de debates sobre diretos da população LGBT em qualquer âmbito social.

O vice de Covas também integra a chamada "Bancada da Bíblia" da Câmara Municipal, que reúne parlamentares fundamentalistas da capital paulista. Nunes foi um dos principais articulador das ações contrárias à inclusão da discussão sobre gênero no Plano Municipal de Educação (PME). Em 2016, uma espécie de guerra-santa foi travada em torno da aprovação do PME.

Quando o PME foi à votação na Câmara Municipal de São Paulo, Nunes discursou e afirmou: "Eu sou pela família, gênero não", relata reportagem da Folha. Ao fim, o Plano Municipal de Educação foi aprovado sem a inclusão da discussão sobre gênero e sexualidade nas escolas.

Além de ser um político contrário aos direitos da população LGBT, o vice de Bruno Covas, Ricardo Nunes, foi acusado em 2011 de violência doméstica, ameaça e injúria pela esposa. Em boletim de ocorrência registrado na 6ª Delegacia da Mulher, em Santo Amaro, Regina Carnovale cita “ciúmes excessivo” do marido e medo de ameaças.

A indicação de Nunes para a chapa de Covas foi uma articulação do PSDB paulistano para fazer uma ponte com o setor conservador da cidade de São Paulo. Essa coligação se reflete nas diretrizes programáticas de Bruno Covas, onde não há uma menção sequer sobre políticas públicas à população LGBT.