Exército argentino terá de incorporar travestis e transexuais em seus quadros

A medida é resultado de um decreto presidencial publicado em setembro que visa a "reparar as violações que historicamente foram cometidas contra as travestis, transexuais e transgêneros" do país

Alberto Fernández (foto: Agência Télam)
Escrito en LGBTQIAP+ el


Decreto publicado em setembro, pelo governo da Argentina, estabelece que pelo menos 1% do efetivo do Exército argentino seja composto por pessoas travestis, transexuais e transgêneros que "reúnam as condições de idoneidade".

A medida tomada pelo governo de Alberto Fernández, também estabelece que os cargos no Setor Público Nacional "uma proporção não inferior a 1% do número total de travestis, transexuais e transgêneros que atendem as condições de adequação", informa o DW.

Também pedido ao Exército da Argentina que informe se, atualmente, já há pessoas travestis e transexuais nos seus quadros.

De acordo com o DW, uma fonte do Ministério da Defesa argentino afirmou que o assunto já vinha sendo discutido nas Forças Armadas e que a medida do governo desagrada maioria das pessoas do Exército. "90% são contra, mas terão que cumprir o decreto", disse a fonte.

Segundo a fonte ouvida pelo DW, a questão mais polêmica gira em torno do tipo de funções que as pessoas trans vão realizar. Uma coisa é cumprir uma tarefa de escritório e outra dentro de um elemento que atua no terreno, como quadros para oficiais e suboficiais que mais tarde terão posto e vai ter responsáveis. Como vai levar a pessoa que está em posição inferior?”, acrescentou a fonte.

O decreto publicado pelo governo da Argentina visa incluir as pessoas trans em cargos de todas as esferas do Estado argentino como uma forma de reparação histórica com as travestis, transexuais e transgêneros da Argentina.