PERSEGUIÇÃO E LGBTFOBIA

EUA: Republicanos destilam ódio e afirmam que "gays são inconstitucionais, pois, não procriam"

Em meio a uma forte campanha contra a população LGBT, o presidente Joe Biden oficializa o Dia do Orgulho Trans e afirma que as legislações anti-LGBT aprovadas “corroem a nação e minam a humanidade das pessoas”

EUA: Republicanos destilam ódio e afirmam que "gays são inconstitucionais, pois, não procriam".
Escrito en LGBTQIAP+ el

Com o avanço da lei LGBTfóbica "Don't Say Gay" que, após ser aprovada no estado da Flórida, se espalhou por mais 12 estados, a extrema direita dos EUA tem se utilizado da referida legislação para fazer campanha para eleição de meio de mandato, quando cadeiras da Câmara dos Representantes e do Senado serão disputadas, e acusado a esquerda e o partido Democrata de "serem defensores da pedofilia". 

Além da disputa ao parlamento, a extrema direita tem se articulado e eleito representantes nos distritos escolares - que são responsáveis pelo controle dos materiais didáticos e servem de palanque para a disputa no legislativo. E um dos candidatos ao Conselho Escolar de Clark, em Nevada, foi filmado dando declarações de ódio contra a população LGBT. 

Em vídeo que circula pelas redes, John Carlo, que é ligado ao partido Republicano, ergue o livro King & King, que narra a história de um príncipe que se apoia por outro príncipe, Carlo afirma que tal obra transforma as crianças em gays. 

"Isso significa que os homossexuais não podem procriar. Isso vai contra a nossa Constituição e isso vai contra o que os pais querem no distrito escolar, e este é apenas um livro de milhares." 

Porém, o candidato republicano não está sozinho. O procurador-geral do Texas, Ken Paxton, declarou no começo deste ano que os pais que apoiam os seus filhos LGBT "são abusadores de gênero". Na mesma linha de raciocínio de Carlo, o procurador-geral afirma que vidas LGBT infringem "o direito constitucional de procriar" e que "pessoas transgêneros deveriam ser ilegais". 

Reportagem do Washington Post revela os estragos que a lei aprovada na Flórida já causa em outras regiões do país: segundo o jornal, gestores de escolas retiraram adesivos que indicavam o espaço enquanto "seguro para pessoas LGBT", pois, temem represálias. 

Depois da Flórida, o Alabama, Ohio e o Tennessee aprovaram lei semelhantes que proíbem a discussão sobre questões LGBT, de gênero e sexualidades nas escolas. Em Oklahoma, a lei aprovada foi além e proibiu estudantes trans de participarem das atividades de educação física. 

O governador do Texas, Greg Abbott, declarou recentemente que aprovar uma lei semelhante à da Flórida "virou prioridade máxima de seu governo". Antes disso, o republicano tentou aprovar uma lei que investigaria os pais de jovens LGBT que estivessem em transição de gênero. 

A campanha anti-LGBT deve pautar a próxima disputa presidencial dos EUA, visto que o governador da Flórida, Ron DeSantis vai disputar a indicação do partido Republicano e deve levar a aprovação da lei "Don't Say Gay" para o debate o nacional. 

Joe Biden: “Legislações anti-LGBT corroem a nação e minam a humanidade”

O presidente Joe Biden (Democratas) já entendeu que a campanha de ódio em torno da lei Don’t Say Gay será utilizada pelos Republicanos para conquistar maioria na eleição do meio de mandato. 

Mas, ao invés de recuar o presidente Biden resolveu partir pra cima dos republicanos e classificou as legislações anti-LGBT aprovadas como algo que “desumaniza as pessoas e que corroem a nação”. A declaração de Joe Biden se deu no ato de uma proclamação oficial, quanto incluiu no calendário oficial dos EUA o dia 30 de março como o Dia da Visibilidade Trans. 

“No ano passado, centenas de projetos de lei anti-transgênero nos Estados Unidos foram propostos em toda a América, a maioria deles tendo como alvo crianças transgênero. O ataque continuou este ano. Essas contas estão erradas. Os esforços para criminalizar o cuidado médico de apoio para crianças transgênero, para proibir crianças transexuais de praticar esportes e proibir discutir pessoas LGBTQI+ nas escolas minam sua humanidade e corroem os valores de nossa Nação. Estudos têm demonstrado que esses ataques políticos são prejudiciais à saúde mental e ao bem-estar dos jovens transgêneros, colocando as crianças e suas famílias em maior risco de bullying e discriminação.”

Em outro momento, o presidente dos EUA afirma que toda a sua administração está empenhada na luta contra a LGBTfobia. 
"Toda a minha administração está comprometida em garantir que as pessoas transexuais desfrutem da liberdade e igualdade que são prometidas a todos na América. É por isso que assinei uma Ordem Executiva prevenindo e combatendo a discriminação com base na identidade de gênero ou orientação sexual. Estamos expandindo as proteções federais de não discriminação; promover estratégias para enfrentar a violência contra a comunidade transgênero e promover a equidade e a igualdade de gênero; e disseminação de novos recursos para aumentar a inclusão, a oportunidade e a segurança das pessoas transgênero." 

A integra da declaração pode ser conferida aqui.