ELEIÇÕES 2022

Lula e Ciro Gomes celebram orgulho LGBT; Tebet e Bolsonaro ignoram. Isso importa?

Apesar da pauta econômica ser apontada como aquele que define o voto do eleitor, o pleito deste ano deve ser marcado, também, por debates sobre aborto e sexualidade

Lula e Ciro Gomes celebram orgulho LGBT; Tebet e Bolsonaro ignoram. Isso importa?.
Escrito en LGBTQIAP+ el

Nesta terça-feira (29) foi celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBT, data que foi estabelecida a partir da Revolta de Stonewall, bar localizado em Nova York e que sofria com batidas constantes da polícia. Na noite de 2 de junho, de 1969, as frequentadoras se cansaram da opressão policial e revidaram com coquetéis molotov e barricadas. Desde então, a data é uma referência mundial para a militância política LGBT. 

Como se sabe, o Brasil, a partir de agosto, entra naquela que é considerada a eleição mais importante desde a redemocratização do Brasil, em 1988. Dessa maneira, perguntar não ofende: os principais candidatos à presidência da República se pronunciaram sobre o Dia Internacional do Orgulho LGBT? Fomos verificar. 

Com era de esperar, o presidente Bolsonaro (PL), que é declaradamente LGBTfóbico, não se pronunciou. Estranho seria o contrário. 

O pré-candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, se pronunciou, defendeu a liberdade das LGBT e afirmou que o país precisa de amor. 


Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas intenções de votos, se pronunciou e, assim como Lula, condenou a LGBTfobia e também defendeu a liberdade de amar e ser amado. 

Apesar de ter apenas 1% das intenções de votos, resolvemos checar o pronunciamento de Simone Tebet (MDB), que se apresenta como a terceira via e aquela que pode romper com os radicalismos... não se pronunciou. Pra quem defende mudança de mentalidade, está precisando praticar. 

As presidenciáveis Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU) se pronunciaram. 

 

 

 


Mas por que importa a posição dos presidenciáveis sobre as LGBT? 

 

Como se sabe, a eleição deste ano é considerada a mais importante desde a redemocratização do país, em 1985. 

Mas porque a eleição deste ano é tida como a mais importante das últimas décadas? A vitória do campo antidemocrático e fundamentalista em 2018 colocou um fim em um processo iniciado com a promulgação da Constituição Cidadã, em 1988. 

A vitória da extrema direita também colocou fim em uma série de políticas antirracistas, LGBT, feministas e dos povos originários que vinham sendo executadas desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB/1994/2002), mas que alcançaram patamar inédito nas gestões de Lula (2002-10) e Dilma Rousseff (2010-16). 

Portanto, quando os pré-candidatos Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) se posicionam favoráveis às políticas púbicas LGBT traçam um caminho que busca resgatar o Brasil interrompido pelo governo fundamentalista e LGBTfóbico de Jair Bolsonaro. 

Além disso, a eleição que se segue é uma disputa civilizatória, não diz respeito apenas às questões LGBT, mas a todo o conjunto de Direitos Humanos e de outros grupos historicamente difamados. É neste sentido que sim, importa quando um presidenciável se posiciona, principalmente em tempos extremados como o atual. 

Obviamente, que os paradigmas pró-democracia e pró-Direitos Humanos transcendem tuítes e postagens nas redes sociais, mas estes também são um termômetro e documentos históricos que depois podem ser utilizados para cobrar a posição política assumida. Em tempos digitais, não é pouca coisa.