HOMOFOBIA

Presidente da Câmara de Quatis-RJ tem mandato ameaçado após beijar namorado em sessão na Casa

Método utilizado contra o parlamentar é semelhante ao que foi aplicado para cassar os mandatos de Duda Hidalgo (PT-SP) e Renato Freitas (PT-PR)

Presidente da Câmara de Quatis-RJ tem mandato ameaçado após beijar namorado em sessão na Casa.Créditos: Reprodução/ redes sociais
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O vereador e presidente da Câmara Municipal de Quatá (RJ) Willian Carvalho (SDD-RJ) está sendo perseguido após trocar um selinho com o seu namorado em evento realizado na Câmara Municipal da cidade contra a LGBTfobia como parte do programa “Rio de Janeiro sem LGBTfobia”. 

De acordo com informações da Mídia Ninja, um cidadão de Quatá, vinculado a grupos da extrema direita, entrou com um requerimento na Câmara pedindo a cassação de Willian por ter beijado o namorado, homenageado uma mulher trans no Dia da Mulher e por ter recebido representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) para uma reunião na Casa Legislativa. 

A partir do requerimento feito pelo morador da cidade, os vereadores que se opõe às pautas de Willian Carvalho articulam para que a Comissão de Ética avalie o pedido de cassação do mandato do parlamentar. 

"Esta pessoa alega que ofendi às mulheres por homenagear uma trans, decoro parlamentar por ter beijado meu namorado e expressão de ideologias por ter me reunido com o MST", disse Willian Carvalho ao Mídia Ninja. 

O beijo que gerou a ação contra a Willian aconteceu durante um ato contra a LGBTfobia no dia 30 de junho como parte do programa "Rio de Janeiro Sem LGBTfobia". 

Willian Carvalho tem 31 anos, é negro, homossexual e morador da periferia de Quatis. Ao tornar pública a perseguição que está sofrendo, o parlamentar recebeu apoio de nomes como do vereador Lindbergh Farias (PT-RJ), Chico Alencar (PSOL-RJ) e do ex-prefeito da cidade do Rio César Maia (PSDB).

Cabe destacar que o método utilizado para tentar cassar o mandato de Willian Carvalho é semelhante ao que foi aplicado contra os vereadores Renato Freitas (PT-PR) e Duda Hidalgo (PT-SP). 

No caso de Renato Freitas, ele foi alvo de um processo após participar de um ato antirracista. Por sua vez, Duda Hidalgo também foi vítima de um requerimento de um cidadão de Ribeirão Preto, que disputou uma cadeira à Câmara Municipal da cidade e perdeu, e acusou a parlamentar de uso irregular do carro legislativo. Em ambos os casos, Freitas e Hidalgo tiveram de judicializar o processo para não perderem os seus respectivos mandatos. 

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