O ministro da Educação, Milton Ribeiro, não aparecia na mídia desde que assumiu o MEC. Nesta quinta-feira (24), porém, o pastor e teólogo decidiu conceder uma entrevista ao Estadão e sua rara declaração à imprensa pode lhe custar o cargo.
Isso porque, na entrevista, Ribeiro afirmou que o “caminho do homossexualismo” se dá por “famílias desajustadas”, declaração que carrega claro tom homofóbico. A homofobia já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como crime equivalente ao de racismo e, por isso, parlamentares e ativistas já estão tomando medidas judiciais contra o ministro.
Pelo Twitter, a ativista do PSOL em São Paulo, Erika Hilton, anunciou que protocolou junto à procuradoria-geral da República um pedido de impeachment contra Milton Ribeiro.
"Estou protocolando o impeachment do Ministro da Educação de @jairbolsonaro na PGR. Mal chegou e já comete crime, dizendo que homossexualidade acontece apenas em famílias desajustadas. Aparelhando o governo para influenciar milhões de famílias a odiarem seus filhos LGBTs. Chega!", escreveu Erika, que é pré-candidata a vereadora.
Ação no STF
Além de Erika Hilton, Fabiano Contarato (Rede-ES), único senador assumidamente homossexual no Congresso, informou que representará o ministro da Educação no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de homofobia.
“Um ministro da Educação homofóbico, que violenta criminosamente os princípios de respeito e a igualdade entre as pessoas consagrados na Constituição. Meu repúdio absoluto a esse ataque preconceituoso, medieval e sórdido, que exige reação imediata das instituições democráticas!”, disse Contarato, pelas redes sociais, ao anunciar a representação contra Ribeiro no Supremo.
*Matéria atualizada às 18h07 em 24/09/2020 para correção de informação