Crime na barbearia: Jovem é assassinado e família acredita em homofobia

Gabriel Carvalho Garcia, de 22 anos, foi executado com três tiros na nuca enquanto cortava o cabelo, em Embu das Artes (SP). Polícia investiga se morte foi motivada pela orientação sexual da vítima

Foto: Gabriel Carvalho Garcia (Redes sociais)
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A execução de Gabriel Carvalho Garcia, de 22 anos, na tarde da última terça-feira (22), no interior de uma barbearia de Embu das Artes, município da Grande São Paulo, aparentemente sem qualquer razão, levou a família da vítima e seu namorado a acreditarem que o crime tenha sido motivado por homofobia.

Morador da Zona Leste de São Paulo, Gabriel foi ao estabelecimento por indicação de amigos. O atirador, vestido de preto e encapuzado, entrou no local e disparou três vezes contra a nuca do jovem, sem dizer ou levar nada, fugindo na sequência. As informações sobre a dinâmica do crime foram passadas à Polícia Civil pelo dono da barbearia, que considerou a entrada do atirador e os disparos como “repentinos”.

O namorado de Gabriel, Bruno Henrique Carlos, postou nas redes sociais que a motivação para o ato violento só poderia ser fruto de homofobia, já que a vítima não tinha inimigos, tampouco desavenças. “Mataram ele pelo que ele é, por ele ser feliz, por ele amar”, desabafou o companheiro.

Os dois mantinham um relacionamento havia três anos, tinham morado juntos, mas estavam de volta às casas de seus pais por questões econômicas, já que perderam o emprego durante a pandemia. Gabriel teria conseguido trabalho recentemente, segundo Bruno Henrique, que revelou ainda a intenção de ambos em retomar a vida no mesmo lar.

Elglanty Carvalho Garcia, de 53 anos, mãe do rapaz, também acredita que o homicídio tenha sido motivado por homofobia, por alguém que agiu com muito ódio em razão apenas da orientação sexual de seu filho. “Gabriel era um menino muito iluminado e amado pela família. Meu coração está cortado. Acredito que possa ter sido homofobia. Foi muita maldade”, lamentou.

O caso, que ocorreu no mês do Orgulho LGBTQIA+, segue sendo investigado pela Delegacia Sede de Embu das Artes. Segundo o delegado que preside o inquérito, ainda não há suspeitos da autoria do crime.